Saúde

Mutação do coronavírus: secretário de saúde pede para população não entrar em pânico

Os dois casos confirmados foram no interior do estado, um em Viçosa e outro em Anadia

Por Lucas França com Tribuna Hoje 18/02/2021 15h55
Mutação do coronavírus: secretário de saúde pede para população não entrar em pânico
Reprodução - Foto: Assessoria
O secretário de estado da saúde de Alagoas, Alexandre Ayres, confirmou nesta quinta-feira (18) em entrevista coletiva os dois novos casos da variante do coronavírus no estado. A mutação foi identificado em duas mulheres – uma de 36 anos e outra de 64, ambas sem comorbidades e residentes no interior de Alagoas. Apesar da confirmação, o gestor da saúde pede para que a população não entre em pânico. Segundo Alexandre Ayres, o primeiro caso divulgado no estado é de uma mulher de 36 anos, residente em Viçosa. Ela fez uma viagem para Manaus no dia 22 de janeiro, onde permaneceu por quatro dias. Neste período teve contato com familiares com quadro gripal. Já o segundo caso, de Anadia, Ayres diz chamar a atenção, porque ela não tinha histórico com alguém que veio de Manaus e nem histórico de viagem a outras partes do Brasil. "O que isso quer dizer? Quer dizer que já temos a confirmação de que a nova variante está circulando aqui no estado. Outro dado muito importante, precisamos ter serenidade neste momento, essa senhora do interior que não teve contato já está curada", relata. Ainda durante a coletiva o secretário disse que a outra,continua internada em leito clínico de um hospital particular em Maceió, e que em ambos os casos os familiares e demais pessoas que tiveram contato com as infectadas estão sendo monitorados. Ayres esclareceu ainda que, apesar da mutação do vírus, não há diferença nos sintomas e que a população não precisa entrar em pânico. No entanto, ele explicou que não há informação se a mutação é mais letal que a Covid-19 do ano passado. “O que nós temos é a confirmação com base nos dados e no que tem ocorrido no Amazonas é que ela tem uma transmissibilidade maior. O que isso quer dizer? Que precisamos continuar tomando cuidados, usando máscaras e evitando aglomerações porque a transmissão desse vírus se dá com uma maior intensidade, e isso vai consequentemente infectar mais pessoas", ressalta o secretário. "Medidas de proteção e segurança deve ser permanentes", reforça secretário da saúde De acordo com Alexandre Ayres, gestor da saúde, as medidas têm que ser permanentes e são bem dinâmicas com apoio da sociedade no geral. "Ninguém tem o interesse de atrapalhar o funcionamento da economia, de prejudicar empresários e comerciantes, mas a população precisa entender que tem seu dever e seu papel no enfrentamento à Covid-19. Até porque nos preocupa bastante a procura pelo atendimento hospitalar. Ano passado foram muito mais que mil internações e só este ano já estamos com 80. Destas, 30 em Unidade de Terapia Intensiva (UTI)". Ayres afirma que não há tratamento comprovado que não seja a imunização. "Essa é a única saída para que voltemos o mais próximo da normalidade". VACINAS Já em relação à eficácia da vacina para a mutação, o secretário enfatiza que não há uma definição. Mas diz que existem estudos sendo realizados com a CoronaVac e a Astrazeneca no mundo inteiro. [caption id="attachment_428124" align="aligncenter" width="617"] Secretário da saúde diz que medidas devem ser permanentes (Foto: Edilson Omena)[/caption] "Até então, existe três variantes do vírus no mundo. Tem essa variante do Amazonas, tem a variante do Reino Unido e a variante da África do Sul. A que foi identificada aqui em Alagoas foi a variante de Manaus, do norte do Brasil. Outro dado muito importante é que essas amostras são encaminhadas à Fiocruz, que é o único laboratório apto a realizar esse tipo de sequenciamento genético. Não é por falta de capacidade do nosso Lacen, é por orientação do próprio Ministério da Saúde (MS) que direciona todo sequenciamento genético para o laboratório da Fiocruz no Rio de Janeiro", aponta. Ainda durante os esclarecimentos para a imprensa, Ayres garantiu que todas as segundas doses de quem já tomou a vacina em Alagoas estão garantidas. "Diferentemente de outros estados ou algumas capitais que têm apresentado alguns números de escassez de doses, aqui não temos esse problema. Planejamos, pactuamos com os municípios, todas as segundas doses para quem já tomou à primeira". E lembra que a meta é vacinar toda a população, mas ressalta que o principal problema atualmente é o Governo Federal. "As vacinas estão sendo encaminhadas em pequenas quantidades. Mas, assim que elas chegam a nosso estado, são distribuídas de forma rápida para todas as cidades e sempre estamos com o apoio dos gestores de todos os municípios".