Saúde

Vacinação: pacientes de Câncer de mama em Alagoas devem estar em grupo prioritário

Sociedade Brasileira de Mastologia alerta que esse público e os portadores de outros tipos de cânceres devem constar nos grupos prioritários para serem vacinados

Por Assessoria 04/02/2021 16h03
Vacinação: pacientes de Câncer de mama em Alagoas devem estar em grupo prioritário
Reprodução - Foto: Assessoria
Na semana em que se celebra o Dia da Mamografia e o Dia do Mastologista, a Sociedade Brasileira de Mastologia - SBM faz um alerta sobre a necessidade das pacientes de câncer de mama e outros tipos serem priorizadas no plano de vacinação para imunização do COVID-19. A entidade lembra que ao longo de 2020 o impacto para essas pacientes já foi grande, pois muitas não foram realizar os exames preventivos, como a mamografia, e outras interromperam, efetivamente, o tratamento por receio de irem ao hospital ou pela dificuldade que encontraram nas unidades hospitalares de todo o país. Em Alagoas, por exemplo, o número de mulheres que realizaram a mamografia foi de 44.241 no período de janeiro a novembro de 2020, muito abaixo do número total do ano anterior que chegou a 79.721. O medo de contágio do coronavírus durante o deslocamento e ao dar entrada na unidade de saúde são os principais motivos dessa ausência, que também tem acontecido em outras capitais do país. De acordo com a Dra. Lígia Teixeira, presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia Regional Alagoas, os hospitais da Capital tentam atender na medida do possível as pacientes que estão em tratamento. Ela destaca que a maior preocupação da SBM é em relação às mulheres que já estavam em tratamento antes da pandemia e que não podem deixar de seguir os procedimentos sob risco de comprometer a evolução clínica. "Os hospitais e os profissionais de saúde estão procurando tomar todos os cuidados de prevenção durante a pandemia para proteger as pacientes que precisam ser atendidas. O não comparecimento pode comprometer o tratamento", afirma. Outro fator preocupante são as mulheres que estão em rastreamento, ou seja, as que aguardam a realização da mamografia que, em muitas unidades, estavam suspensas. No geral, as unidades básicas não estavam fazendo encaminhamento para os hospitais. "O isolamento social teve uma duração de mais de seis meses e, consequentemente, a interrupção deste serviço neste período. Tivemos um atraso em diagnósticos, o que certamente pode ter impactado no aumento do número de tumores em estágio avançado", explica a mastologista, acrescentando que, nestes casos, é importante as mulheres procurarem o mastologista para acompanhamento e apoio. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) o câncer de mama se tornou, pela primeira vez, o tipo de câncer mais comum no mundo. Durante duas décadas, o câncer de pulmão foi líder em número de casos. Mas a pandemia de Covid-19 e alterações na saúde das mulheres estão entre fatores que contribuíram para essa mudança. Neste dia 5 de fevereiro, Dia da Mamografia, a Sociedade Brasileira de Mastologia preconiza a realização da mamografia anualmente para as mulheres a partir dos 40 anos. "Na realidade brasileira esse rastreamento é primordial", completa a presidente Regional da entidade, concluindo que uma das bandeiras da entidade é apoiar a mulher no acesso à prevenção, como mamografia de qualidade e diagnóstico precoce e preciso, além do início de tratamento rápido. Vilmar Marques, presidente nacional da SBM, corrobora com a colega, lembrando que o levantamento realizado em centros hospitalares que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS) nas principais capitais, revelou que a queda nos atendimentos de mulheres em tratamento, nos meses de março e abril, logo no início da pandemia, foi em torno de 75%, em comparação ao mesmo período de 2019. Já a Rede Brasileira de Pesquisa em Câncer de Mama, em parceria com a SBM, mostrou que o número de mamografias entre janeiro a julho de 2020 caiu 45% em relação ao ano anterior. "Não podemos aguardar. Muitas mulheres já perderam meses de tratamento e estamos percebendo que o percentual de realização tanto de exames preventivos, como a mamografia, como de tratamento ainda continua baixo", alerta.