Saúde

Parcerias garantem protetores faciais para colaboradores da Santa Casa

Instituição criou linha de montagem do EPI que protege olhos, nariz e boca de gotículas contaminadas por Covid-19

Por Assessoria 18/05/2020 12h41
Parcerias garantem protetores faciais para colaboradores da Santa Casa
Reprodução - Foto: Assessoria
Até abril de 2020, a rotina da gráfica da Santa Casa de Misericórdia de Maceió envolvia apenas as publicações internas da instituição. Com a pandemia do novo coronavírus (Covid-19), a necessidade de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) se mostrou mais urgente e alterou o trabalho no setor que trocou as folhas de papel pelas folhas de plástico transparente (acetato), garantindo a montagem de protetores faciais (face shields) esterilizáveis para os colaboradores que atuam em várias frentes do hospital.

Colaboradores da gráfica do hospital na linha de montagem das face shields

Na linha de montagem do hospital, folhas de acetato são cortadas e garantem uma média diária de 15 protetores faciais prontos que depois são distribuídos entre os colaboradores da instituição que trabalham na segurança patrimonial, higienização, recepção, entre outras funções. Esta ação tem sido possível graças a ações como as do Dashboard Covid-19 Alagoas, composto por profissionais dos institutos de Física, Matemática e Computação da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) junto com outros especialistas da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) e da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Colaboradora do setor de Hospitalidade finaliza protetores faciais; EPI é usada por colaboradores de várias frentes do hospital

O grupo fez a impressão em 3D de bases para face shields e garantiu 240 protetores faciais à Santa Casa de Maceió. No final de abril, a instituição distribuiu a produção que chegou montada entre os colaboradores administrativos e operacionais, concentrando na gráfica da instituição a tarefa de corte do acetado, dentro das dimensões exigidas, e a montagem do EPI. Costureiras do setor de Hotelaria do hospital foram as responsáveis por colocar o elástico que segura o equipamento à cabeça. “O hospital nos forneceu o material para a produção dos EPIs e, em duas semanas, entregamos alguns protetores montados e muitas bases para a montagem. Cada face shield demora cerca de duas horas para ficar pronta, por isso trabalhamos 15 dias sem parar para finalizar esses equipamentos de proteção. Nosso trabalho é realizado de forma gratuita e conta com o auxílio de seis impressoras 3D (uma da Ufal e cinco da Secretaria de Saúde do Estado) e a força de trabalho de alunos e ex-alunos da Escola Fantástico, no Benedito Bentes, que também cedeu o espaço para a produção dos equipamentos de proteção”, explicou Krerley Oliveira, professor do instituto de matemática da Ufal e um dos idealizadores do Dashboard Covid-19 Alagoas. O grupo também foi o responsável pela fabricação de 1700 máscaras de pano que foram entregues aos colaboradores dos setores administrativos da instituição. Além de fornecer o material, a Santa Casa de Maceió também pagou as costureiras ligadas ao projeto. “Não saberia dizer até onde vamos. Mas enquanto tiver material à disposição iremos tentar produzir esses EPIs para o máximo de colaboradores. Atualmente, temos material para pelo menos umas 150 face shields”, completou Flávia Toledo, supervisora administrativa da Superintendência de Engenharia e Infraestrutura da Santa Casa de Maceió e presidente da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA). A Segurança do Trabalho (SESTRA) e a CIPA coordenam a entrega das máscaras de proteção produzidas na instituição e orientam os colaboradores quanto ao uso correto do EPI. “Os membros da CIPA está sempre pensando e procurando identificar ações de melhorias, principalmente por entender a importância da prevenção nesse cenário de pandemia. É motivo de muito orgulho o engajamento e a cooperação de todos para a segurança e a preservação da saúde e integridade física dos colaboradores”, reforçou Toledo. Para Gustavo José dos Santos, segurança da instituição há 11 anos, o protetor facial representa mais segurança diante da pandemia. “O hospital está fazendo um bom trabalho ao distribuir os EPIs e orientar os colaboradores sobre a melhor forma de se protegerem. Os setores estão distribuindo os equipamentos e vejo que um funcionário ajuda o outro para que possamos nos proteger desse vírus e fazermos o nosso trabalho”, disse o colaborador. Barreira mecânica aumenta segurança durante atendimento A Santa Casa de Maceió também recebeu o auxílio do Laboratório de Computação Científica e Visualização (LCCV), da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), coordenado pelo Prof. Dr. Adeildo Júnior. O projeto tem doado protetores faciais que são distribuídos para médicos e enfermeiros da linha de frente no combate à Covid-19 à instituição. O equipamento é esterilizável e aumenta a vida útil da máscara de proteção N95 PFF2. A última entrega foi de 80 unidades, mas, ao todo, 225 protetores já foram doados. Antes de serem distribuídos, eles foram testados e validados pela Gerência de Riscos e a segurança do trabalho do hospital. “Essas máscaras são essenciais para evitar o contágio da Covid-19, sendo uma barreira mecânica que protege o rosto do profissional de saúde durante o atendimento para os casos em que há o lançamento de secreções contaminadas como por exemplo, a tosse. Nesse momento, o foco está na produção dos protetores faciais. Entretanto, não foi descartada a possibilidade de se confeccionar outros equipamentos de proteção individual (EPIs) ou mesmo algum insumo que seja necessário”, disse o Prof. Dr. Adeildo Júnior, que coordena uma equipe interdisciplinar.