Saúde

Cigarro também está ligado a cânceres e doenças do aparelho digestivo

Entidades médicas alertam que, além de afetar trato respiratório, o tabagismo está relacionado aos tumores esofágico, gástrico, colorretal e outras doenças

Por Assessoria 25/08/2018 12h13
Cigarro também está ligado a cânceres e doenças do aparelho digestivo
Reprodução - Foto: Assessoria
A relação entre o cigarro e os mais de 31 mil novos casos de câncer de pulmão identificados anualmente (INCA, 2018) é popularmente conhecida, bem como os problemas respiratórios, cardíacos e psicológicos causados pelo tabagismo. Em menção ao Dia Nacional do Combate ao Fumo, lembrado em 29 de agosto, a Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED) e a Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG) chamam atenção aos impactos negativos para o aparelho digestivo. O tabagismo causa desgaste desde a boca até o intestino delgado. Além do mau hálito, a parte óssea da boca é comprometida, afetando diretamente a sustentação da gengiva. O esmalte do dente também é afetado. Ainda, o cigarro é responsável por 95% dos casos de câncer de boca. No esôfago e estômago, a mucosa é agredida e, assim, o trato gástrico é mais propenso à gastrite e úlcera. Sobretudo quando associado ao consumo de bebidas alcoólicas, fumar está entre os principais fatores de risco para o desenvolvimento de tumores nesses órgãos – segundo a American Cancer Society, pessoas que fumam mais de um maço por dia dobram as chances de adenocarcinoma de esôfago, quando comparado com um não fumante. Na lista de tumores acarretados pelo cigarro da Agência Internacional para Pesquisa sobre Câncer (IARC) já consta esôfago e estômago e, mais recentemente, foi incluída a neoplasia de intestino. O Dr. Tomazo Franzini, diretor da SOBED, afirma que estudos fortalecem as evidencias de que pessoas que fumam por muito tempo têm risco aumentado para desenvolver câncer colorretal, mesmo que controle os outros fatores associados. “Quanto mais tempo se tem o hábito de fumar, mais difícil se torna a recuperação dos danos causados. A tendência da maioria dos casos em que o paciente apresenta algum problema no aparelho digestivo e fumou por um longo tempo é de uma recuperação muito tardia em relação àquele que não fuma”, completa o especialista. O cigarro é composto por mais de 4.700 substâncias tóxicas e muitas delas estão diretamente relacionadas ao surgimento de tumores. Mais do que isso, o tabagismo ainda é associado a uma série de outras doenças do aparelho digestivo, aponta o médico gastroenterologista e presidente da Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG), Dr. Flávio Quilici. “O tabagismo é prejudicial para todo o organismo. O uso da nicotina contribui para o surgimento de outras doenças comuns do aparelho digestivo, tais como azia e doença do refluxo gastroesofágico (DRGE), úlceras pépticas e algumas doenças do fígado. Fumar aumenta o risco de doença de Crohn, pólipos do cólon e pancreatite, além de aumentar o risco de cálculos biliares”, ressalta. Sobre a SOBED Com 24 unidades estaduais, a Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED) é uma entidade nacional que representa atualmente mais de dois mil associados. Criada em consonância com o início dos procedimentos endoscópicos no País na década de 1970, possui história baseada em conquistas e avanços na endoscopia digestiva brasileira. Periodicamente a Sociedade promove mutirões pelo Brasil de prevenção ao colorretal com a realização de colonoscopias em pacientes pré-selecionados de forma totalmente gratuita. A ação já realizou mais de 1500 exames. Sobre a FBG A Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG) é uma sociedade médica sem fins lucrativos, que promove e representa a especialidade no Brasil. Fundada em 1949, a FBG apoia e desenvolve o conhecimento científico dos médicos gastroenterologistas, aqueles responsáveis por prevenir e tratar doenças ou alterações em todo o trato gastrointestinal, da boca ao ânus. A Federação também emite o Título de Especialista em Gastroenterologia, conforme normas estabelecidas pela Associação Médica Brasileira (AMB) e reconhecidas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM).