Saúde

Dor no joelho afeta milhões de pessoas a cada dia no planeta

Saiba quais são os fatores desencadeantes e como tratar

Por Assessoria 13/06/2018 10h34
Dor no joelho afeta milhões de pessoas a cada dia no planeta
Reprodução - Foto: Assessoria
Dor no joelho é o tipo de incômodo que afeta milhões de pessoas a cada dia, em todos os cantos do planeta. De acordo com o ortopedista Riccardo Gobbi, a dor no joelho – que é a segunda mais recorrente, perdendo apenas para a dor nas costas – é desencadeada principalmente em quatro situações: excesso de peso, lesões no esporte, desgaste natural da cartilagem que reveste a patela (relacionado ao envelhecimento), e lesões por esforço repetitivo durante atividades físicas. Com essa informação sobre o que agride demais os joelhos, parece simples prevenir essa dor. Mas não é bem assim. O médico afirma que, exceto quando a dor é muito aguda, as pessoas normalmente demoram a buscar ajuda especializada – o que é um erro. “A superfície articular da patela (rótula) é revestida por uma grossa camada de cartilagem (hialina) que normalmente desliza sem atrito durante as flexões da articulação do joelho. Mas em pessoas com problemas de desalinhamento, fraqueza muscular, atletas e obesos essa cartilagem trabalha sob sobrecarga, podendo apresentar fissuras, lesões e degeneração que resultam em dores muitas vezes intensas, crepitação e insegurança ao se movimentar”. Gobbi explica que em muitos casos a dor no joelho é sintoma de condromalácia patelar, podendo ocorrer em atletas de alto desempenho, que forçam muito os joelhos nos treinos em academias (agachamento, step etc.). “Esportes de impacto, com desaceleração e mudanças de direção constantes, exigem muito da cartilagem patelar. Sendo assim, corredores, jogadores de futebol, vôlei, basquete e tênis são muito vulneráveis ao comprometimento da cartilagem que reveste a patela – especialmente quando há desequilíbrio muscular e anatômico dos joelhos”. O especialista afirma que as mulheres estão no grupo de risco da condromalácia patelar por conta de sua anatomia. “Como a pelve é mais larga que a dos homens, geralmente seus joelhos são mais projetados para dentro, formando um X (valgo dos joelhos). Isso altera a dinâmica da articulação femoropatelar e gera uma sobrecarga relevante na região lateral da articulação. Além disso, outros fatores predisponentes – como alterações no encaixe da patela com o fêmur – são muito mais comuns em mulheres”. Estudo divulgado no jornal da Associação Canadense de Radiologistas estabeleceu uma clara relação, a partir de exames de ressonância magnética, entre a gordura subcutânea do joelho e a presença, às vezes em estágio avançado, de condromalácia patelar. Sendo assim, o sobrepeso e a obesidade – que atingiram números epidêmicos no Brasil – devem ser evitados com uma dieta equilibrada, a fim de manter ossos e cartilagens em boa forma. “O controle de peso e o fortalecimento muscular são ações preventivas muito importantes”, diz o médico. Uma avaliação dos fatores relacionados à sobrecarga – quer sejam anatômicos, quer sejam de exercícios mal realizados – também é fundamental para uma readequação individualizada das atividades, que pode ser temporária ou definitiva. Já com relação ao tratamento, mais do que apenas descansar e fazer compressas, a ciência vem desenvolvendo alguns métodos muito eficientes para restituir ao paciente a qualidade de vida perdida – já que esse tipo de dor é incapacitante e progressiva. Em casos mais graves, inclusive, a pessoa não consegue subir escadas ou entrar num automóvel sem reclamar de dor. A novidade mais bem-vinda, segundo Gobbi, é a PST – Pulsed Signal Therapy (Terapia de Sinais Pulsáteis), um tratamento não invasivo bastante eficiente. Neste caso, o joelho afetado é submetido a pulsos eletromagnéticos para estimular ossos e tecidos moles. Ao todo, são nove sessões diárias que proporcionam ao paciente melhora progressiva da dor e dos testes funcionais. “Esse tratamento, inclusive, foi tema de um estudo do Grupo de Joelho do Instituto de Traumatologia e Ortopedia da Faculdade de Medicina da USP, do qual faço parte. Nas avaliações pós-tratamento, que ocorreram três, seis e doze meses depois, os pacientes submetidos ao estudo apresentaram melhora progressiva. Outro aspecto positivo é que a PST algumas vezes pode evitar que o paciente faça uma terapia medicamentosa agressiva, dispensa fisioterapia, por exemplo, além de evitar ou adiar cirurgia”.