Saúde

Alagoas celebra em workshop redução de mortes por infarto agudo do miocárdio

3ª edição do Latin Alagoas destaca melhorias que ainda podem ser realizadas

Por Texto: Bruno Martins com Tribuna Hoje 26/04/2018 18h21
Alagoas celebra em workshop redução de mortes por infarto agudo do miocárdio
Reprodução - Foto: Assessoria
Na tarde desta quinta-feira (26), aconteceu o 3º Workshop Latin Alagoas. O Programa Latin América Telemedicina Infarct Network (Latin) foi implantado no Estado em 2016 e desde o início do programa a redução de mortes por infarto agudo do miocárdio no Sistema Único de Saúde (SUS) em Alagoas caiu de 19% em 2014 para uma projeção de 4,5%. O número ainda não está fechado, pois alguns pacientes diagnosticados ainda não passaram pelo tratamento. O coordenador do programa Latin Alagoas, Ricardo César Cavalcanti, que também é diretor-presidente do Hospital do Coração de Alagoas, afirmou que para o programa funcionar foi preciso estrutura administrativa, governamental e competência técnica. “Tratar o infarto agudo do miocárdio é prioridade do governo do Estado. O Estado hoje tem um modelo de gestão que deve ser copiado no país. É o melhor e mais barato plano de tratamento de infarto pelo SUS”, destacou. Segundo Ricardo, até 2014, o investimento em Alagoas na questão do infarto era pouco. Enquanto outros estados do país desenvolviam a questão, aqui pouquíssimos procedimentos eram realizados anualmente. A experiência inicial no Hospital Geral do Estado desde a implantação do Latin em Alagoas de julho de 2016 até dezembro de 2017 acarretou quase dois mil procedimentos feitos. “O Brasil está tratando cada vez pior o infarto, Alagoas está na contramão e tem o melhor desempenho no país no diagnóstico e tratamento do infarto no SUS”, ressaltou o coordenador do programa. MELHORIAS Ricardo Cavalcanti disse que os tempos de resposta intrahospitalar já diminuíram, porém ainda são bastante altos e precisam ser reduzidos. Desde a implantação do Latin em Alagoas, apenas 1/3 dos pacientes diagnosticados foram tratados. Outras necessidades, como implantação de elevador no HGE para facilitar o trânsito dos pacientes, aumentando o tempo de resposta ao infarto, foram citadas durante a abertura do workshop. O coordenador frisou a importância de que os sintomas do reconhecimento do infarto também devem ser amplamente divulgados à população, para facilitar ainda mais a resposta rápida ao problema. LATIN EM ALAGOAS Hoje o Latin está presente nas Unidades de Pronto Atendimento (UPA) de Delmiro Gouveia, São Miguel dos Campos, Coruripe, além de Arapiraca no Hospital Regional. Na capital, o serviço é realizado nas UPAs do Trapiche da Barra e Benedito Bentes. O paciente, ao chegar na UPA passa por um eletrocardiograma, que é enviado pela internet para a Central de Telemedicina do Hospital do Coração de Alagoas. Lá, o laudo retorna para a equipe da UPA em até 10 minutos. A partir do laudo, sabe-se a informação necessária para submeter o paciente ou não ao medicamento que desobstrui as artérias do coração. Confirmado o infarto, ele é levado ap serviço de Hemodinâmica do HGE, onde recebe os cuidados. Secretário e vice-governador destacam melhorias na saúde pública Presentes ao evento, o secretário de Estado da Saúde, Christian Teixeira, e o vice-governador de Alagoas, Luciano Barbosa, representando o governador Renan Filho, comentaram o trabalho desenvolvido na área da saúde pública em Alagoas. Para Christian Teixeira, o HGE mudou positivamente de panorama desde o início da gestão de Renan Filho, há quase quatro anos. Entre os avanços citados pelo secretário está o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que segundo ele, é o mais bem equipado do Brasil. Um exemplo é o Samu aeromédico, aeronave própria utilizada em resgate, que não é realidade em outros estados onde convênios de parcerias entre a polícia e o Samu precisam ser feitos para funcionar. Christian falou também da abertura de novas UPAs e dos hospitais que estão sendo construídos, como o da Mulher e o Metropolitano, além das reformas em outras unidades hospitalares e que muitos destes investimentos não seriam possíveis sem a parceria do poder público com a iniciativa privada. “A principal dificuldade não é a falta de recursos, é falta de gestão”, pontuou o secretário. VICE-GOVERNADOR Luciano Barbosa citou em seu discurso problemas recentes pelos quais passou o HGE em comparação com os avanços, como o prêmio que Alagoas recebeu de melhor programa de infarto do Brasil. “Eu não me pauto pela grande mídia, eu me pauto pelas pessoas que foram muito bem atendidas no HGE”, pontuou. O vice-governador concluiu que tudo que o setor de saúde pública precisar, pode contar com o auxílio do governador Renan Filho, dentro da realidade do governo de Alagoas. Para Luciano, a austeridade perseguida e atingida pelo Estado em momento de grave crise econômica do país é fruto de trabalho. “Enquanto outros estados passam por dificuldade, nós temos avançado. O Estado de Alagoas, no meio da maior crise da República, nós temos tido essa capacidade de enfrentamento, e isso é preciso reconhecer”, encerrou Luciano Barbosa.