Saúde

Sesau explica quando fazer teste rápido de Infecções Sexualmente Transmissíveis

Caso exame seja realizado antes do tempo, pode apresentar um resultado falso negativo

Por Texto: Marcel Vital com Agência Alagoas 20/02/2018 16h03
Sesau explica quando fazer teste rápido de Infecções Sexualmente Transmissíveis
Reprodução - Foto: Assessoria
O Carnaval acabou, mas o alerta para a importância do sexo seguro e a prevenção contra as Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) não deve parar. Caso você tenha tido relação sexual sem camisinha ou compartilhou seringas, agulhas e reutilizou objetos perfuro-cortantes durante o período momesco, deve saber que pode ter sido infectado pela sífilis, hepatites B e C ou, ainda, pelo HIV – vírus causador da Aids. E para prevenir-se, é de suma importância fazer uma avaliação clínica, associada a exames específicos, para verificar como está a sua saúde. Mas você sabia que existe um período específico para realizar o teste? No caso do HIV, por exemplo, o teste rápido pode ser realizado nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) dos municípios, utilizando-se apenas algumas gotas de sangue, obtidas pela punção da polpa digital (na ponta do dedo), por meio de um equipamento portátil, garantindo mais conforto ao paciente e evitando a coleta venosa. O procedimento leva em torno de 30 a 40 minutos, incluindo-se o tempo de aconselhamento, que acompanha a entrega do resultado. "Esse sistema permite que a análise seja processada no local, então, o paciente já sai da unidade de saúde com o resultado em mãos, o que agiliza o acesso ao tratamento quando necessário”, explicou Sandra Gomes, coordenadora do Programa de Combate às ISTs/Aids e Hepatites Virais da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau). De acordo com ela, para que um diagnóstico positivo ou negativo num teste de HIV seja considerado seguro, é preciso que seja respeitado o período chamado de “janela imunológica”. Esse intervalo diz respeito ao período entre a infecção e o início da formação de anticorpos contra o HIV. “Assim, para detectar o HIV, o indicado é realizar os exames de diagnóstico por 30 dias após a exposição à situação de risco, respeitando-se a ‘janela imunológica’. Caso o faça neste período, existe a chance de apresentar um falso resultado negativo. Durante este intervalo, não deixe de se prevenir, pois, caso tenha sido infectado, pode transmitir o vírus para outra pessoa”, alerta Sandra Gomes. Já a “janela imunológica” para o teste rápido por meio da polpa digital, visando à detecção do vírus da hepatite B e C, é em torno de 60 a 120 dias. Já o da sífilis é o mesmo tempo para o HIV. Após o Diagnóstico – Conforme Sandra Gomes, a partir do momento em que a pessoa é diagnosticada com HIV, passa a ser atendida nos Centros de Referência, onde o acompanhamento inclui consultas médicas; exames periódicos de CD4 (que mede as células de defesa) e de Carga Viral (que mede a quantidade do vírus circulando no sangue); fornecimento de medicamentos antirretrovirais que ajudam a manter a carga viral controlada e acompanhamento psicossocial, para viver bem e permanecer saudável. Fluido Oral Além da polpa digital, existe também o teste de fluido oral para triagem do HIV, que a Sesau realiza durante as ações itinerantes. Como pré-requisito para fazer o teste, é necessário que, 10 minutos antes, a pessoa evite ingerir alimento ou bebida, fume ou inale qualquer substância, escove os dentes e use antisséptico bucal. No caso das mulheres, também se deve retirar o batom. O fluido do teste oral é extraído da gengiva e o começo da mucosa da bochecha com o auxílio da haste coletora. Quando surge uma linha vermelha, significa que não é reagente. Caso apareçam duas linhas vermelhas, a confirmação se dará num segundo teste, que pode ser feito com amostra de sangue total obtida por punção venosa ou da polpa digital. Segundo a coordenadora do Programa de Combate às ISTs/Aids e Hepatites Virais da Sesau, o medo do desfecho positivo ainda é um dos maiores empecilhos à realização dos exames. Para ela, é um erro fugir do diagnóstico, já que, hoje em dia, estar infectado com o HIV deixou de ser uma sentença de morte. “Acontece que, por mais que tenhamos por aqui uma boa rede de testagem, ainda existe muita gente que não faz o exame por tabu ou por medo da resposta”, argumenta. No entanto, segundo Sandra Gomes, “as pessoas não devem ter receio de se testar, porque o melhor que um soropositivo pode fazer por sua vida é descobrir o quadro precocemente e começar o tratamento”, frisou. “Há evidências de que menos estigma e mais conhecimento sobre o vírus resultam em um número maior de exames”, concluiu.