Saúde
Ministério da Saúde amplia a proteção à vacinação contra a febre amarela
Estados do Rio de Janeiro e Bahia passam a intensificar as ações de vacinação nos municípios próximos a Minas Gerais
Os estados do Rio de Janeiro (nos municípios do noroeste) e Bahia (nos municípios do oeste) passarão a reforçar a vacinação da população que mora próxima à divisa do leste de Minas Gerais com casos suspeitos. O oeste do Espírito Santo já está intensificando a vacinação em 26 municípios do estado. A ampliação da vacinação foi anunciada nesta quarta-feira (18) pelo ministro da Saúde, Ricardo Barros, que classificou a medica como precaução. Segundo ele, a decisão das secretarias estaduais de saúde, em conjunto com o Ministério da Saúde, foi adotada em função da proximidade com as cidades de Minas Gerais onde estão sendo investigados casos da doença, além do fato da região ser formada por uma mata contínua, sem barreiras com o estado.
Confira a apresentação
“Consideramos que a situação em Minas Gerais está controlada. Além disso, a vigilância em Minas e nos outros estados são qualificadas e estão agindo de forma adequada para controlar estes casos”, ressaltou o ministro. Ele lembrou ainda que o Ministério da Saúde está apoiando os estados com doses extras da vacina e capacitação técnica.
O oeste da Bahia já faz parte da área de recomendação para vacinação, mas o estado do Rio de Janeiro está fora desta recomendação e, por isso, começa a vacinar. Na Bahia, o reforço da vacinação abrange uma área de 45 cidades. Já no Rio de Janeiro, ao todo, a imunização vai atender a população de 14 municípios.
ÓBITOS – O Ministério da Saúde confirmou, nesta quarta-feira (18), oito mortes por febre amarela, em Minas Gerais, sendo quatro confirmadas por febre amarela silvestre (em circulação em região de mata). Outras quatro estão em análise de finalização do diagnóstico para descartar outras possibilidades, como a febre amarela vacinal, que é uma rara reação da desta vacina. Três casos faz parte dos sete exames laboratoriais detectáveis para febre amarela pelo Instituto Evandro Chagas (IEC) e outro foi confirmado pelo Instituto Adolfo Lutz. A investigação está sendo conduzida, em conjunto, pelo Ministério da Saúde, estado de Minas Gerais e municípios envolvidos. Até o momento, existem 206 casos suspeitos notificados, sendo 53 mortes suspeitas da doença em 29 municípios.
Nesta quarta-feira (18), o estado do Espírito Santo notificou o Ministério da Saúde sobre a existência de seis casos suspeitos de febre amarela silvestre nos municípios de São Roque do Canaã, Conceição do Castelo, Ibatiba e Colatina
“A confirmação de um caso de febre amarela ocorre após uma ampla investigação epidemiológica, que segue um protocolo internacional. O roteiro leva em conta, não apenas o resultado laboratorial, mas também o quadro clínico do paciente, seu histórico de deslocamento e o cenário epidemiológico. Um exame laboratorial pode resultar em positivo para febre amarela, por exemplo, se o paciente for vacinado. Por isso, o Ministério da Saúde, junto aos estados e municípios, continua investigando os aspectos relacionados a cada um dos pacientes”, explicou o diretor do Departamento de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Eduardo Hage.
Para auxiliar na intensificação da imunização nos estados, o Ministério da Saúde já enviou 1,6 milhão de doses extras de vacina para Minas Gerais, 500 mil para o Espírito Santo, 350 mil para o Rio de Janeiro e 400 mil para a Bahia. Além disso, o Ministério da Saúde distribuiu, no mês de janeiro, 650 mil doses da vacina de febre amarela para todo o país, como parte da rotina de abastecimento do Calendário Nacional de Vacinação.
“Estamos apoiando os estados na distribuição de doses extras de vacina contra a febre amarela. Todos eles estão abastecidos com a vacina e o país tem estoque suficiente para atender toda a população nas situações recomendadas. Não há necessidade de corrida aos postos de saúde porque há vacinas para atender à população residente nos municípios afetados pelos casos suspeitos”, afirmou o secretário Executivo do Ministério da Saúde, Antônio Nardi.
APOIO – Três equipes do Programa de Treinamento em Epidemiologia Aplicada aos Serviços do Sistema Único de Saúde (EpiSUS) estão no estado de Minas Gerais para auxiliar nas investigações dos casos. As equipes estão atuando presencialmente nas localidades com relato de casos de febre amarela e estabelecendo medidas de controle. Na próxima semana, técnicos do Programa Nacional de Imunização e Coordenação-Geral das Doenças Transmissíveis estarão no Espírito Santo para auxiliar o estado nas medidas de controle.
VACINAÇÃO – Em 2015, foram registrados nove casos de febre amarela silvestre em todo o Brasil, seis em Goiás, dois no Pará e um no Mato Grosso do Sul, com cinco óbitos. Em 2016, foram confirmados sete casos da doença, nos estados de Goiás (3), São Paulo (2) e Amazonas (2), sendo que cinco deles evoluíram para óbito. Atualmente, o Brasil tem registros apenas de febre amarela silvestre. Os últimos casos de febre amarela urbana (transmitida pelo Aedes aegypti) foram registrados em 1942, no Acre.
A Organização Mundial da Saúde considera que apenas uma dose da vacina já é suficiente para a proteção por toda a vida. No entanto, como medida adicional de proteção, o Ministério da Saúde definiu a manutenção do esquema de duas doses da vacina Febre Amarela no Calendário Nacional, sendo uma dose aos noves meses de idade e um reforço aos quatro anos.
A recomendação de vacinação para o restante do país continua a mesma: toda pessoa que reside em Áreas com Recomendação da Vacina contra febre amarela e pessoas que vão viajar para regiões silvestres, rurais ou de mata dentro dessas áreas, deve se imunizar. Os estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Espírito Santo e Rio de Janeiro estão fora da área de recomendação para a vacina.
É importante informar que a vacina contra a febre amarela é ofertada no Calendário Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) e é enviada, mensalmente, para todo o país. Em 2016, o total distribuído foi de mais de 16 milhões de doses. A vacina é altamente eficaz e segura para o uso, a partir dos nove meses de idade, em residentes e viajantes a áreas endêmicas ou, a partir de seis meses de idade, em situações de surto da doença.
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