Roteiro cultural
Cultura e turismo mudam cenário em Joaquim Gomes
Iniciativas unem educação, ancestralidade e geração de renda na zona rural, com apoios públicos e dos movimentos sociais
O TH Entrevista desta semana apresenta dois projetos que objetivam promover mudanças profundas na comunidade quilombola de Riacho Branco, localizada a cerca de 40 km do Centro do município de Joaquim Gomes, interior de Alagoas: o Afroturismo e o Ponto de Cultura - Família Hùnkpámè Ayónó Húndésô. As ações unem cultura ancestral, educação, capacitação profissional e inclusão social.
Em conversa ao canal Tribuna Hoje no Youtube, o líder religioso e coordenador dos projetos, Doté Elias, explicou que o foco central é oferecer oportunidades a uma população historicamente esquecida. “Estamos em uma região isolada, onde muitas famílias sobrevivem do Bolsa Família e perderam o hábito de produzir. Agora, com oficinas de trança afro, culinária africana, corte e costura e arte cênica, estamos reacendendo a esperança e fortalecendo a cultura local”, afirmou.
Além das atividades formativas, o Afroturismo está preparando moradores para receber visitantes com vivências ligadas à natureza, espiritualidade e saberes tradicionais. “A Serra dos Quilombos tem beleza, história e espiritualidade. É um território de ancestralidade que precisa ser visto como espaço turístico e de geração de renda”, pontuou Doté Elias.
O projeto também combate a intolerância religiosa ao promover o respeito às tradições africanas e a valorização da diversidade. “Nossa missão não é religiosa, é social. A gente cultua a ancestralidade e defende o direito das pessoas à cidadania, ao conhecimento, à dignidade”, diz o sacerdote, que alfabetiza mulheres da região que sonham em aprender a ler.
As iniciativas contam com a parceria da Prefeitura de Joaquim Gomes por meio das secretarias de Cultura, Saúde, Educação e Assistência Social. “Esse apoio é fundamental para que o projeto alcance crianças, jovens e idosos, abrindo novos caminhos e oportunidades”, reforçou Elias.
O Projeto Cultural, será mais um espaço de resistência e ancestralidade e educação cultural e resgate da cultura afro, da comunidade local, onde também, está inserida a aldeia dos índios da tribo Wassu Cocal. Serão realizadas diversas oficinas voltadas à culinária africana, manipulação de ervas, confecção de instrumentos, confecção de esculturas, entre outros.
Os projetos Turismo Afro e Ponto Cultural foram contemplados pela Política Nacional Aldir Blanc – PNAB de fomento à cultura, que é uma iniciativa do Ministério da Cultura e promovido pela Secretaria de Estado da Cultura e Economia Criativa de Alagoas (Secult).
CONVITE
Para quem deseja conhecer o trabalho de perto, o convite está feito: no próximo dia 16 de agosto, a partir das 9h, a Roça Hùnkpámè Ayónó Húndésô abrirá as portas para uma vivência com oficinas, apresentações e partilha de saberes. “É um momento para celebrar a resistência, a cultura e a transformação que estamos vivendo”, finalizou o coordenador.
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