Com uma edição extraordinária do Diário Oficial do Município publicada na última segunda-feira (27), exclusivamente para exonerações e (pouquíssimas) nomeações, o prefeito JHC (PL) se posicionou sobre as suas alianças políticas atualmente. Foram 52 exonerações ligadas ao deputado Mesaque Padilha (União Brasil) e a Gunnar Nunes, uma liderança da Assembleia de Deus que anunciou também, na segunda, a sua filiação ao PP, partido do deputado federal, Arthur Lira.

Nunes estava antes filiado ao PL, e o anúncio de sua filiação vem junto com o anúncio da pré-candidatura a deputado federal. Gunnar é filho do pastor-presidente José Orisvaldo Nunes de Lima, líder da Assembleia de Deus em Alagoas desde 2015, e tem se destacado no campo da comunicação desse setor. A informação oficial é de que sob sua direção, o canal da AD Alagoas no YouTube superou 100 mil inscritos, destacando-se entre os maiores do segmento evangélico no Nordeste.

A Assembleia de Deus é vista hoje como um grande celeiro de votos, e esse movimento pode ser visto como um abandono do barco, o que pode enfraquecer a chapa do PL no próximo pleito.

Nas redes sociais de Mesaque e Gunnar, muitas pessoas levantam questionamentos. Alguns apoiando a candidatura, outros acusando-os de traição ao prefeito de Maceió. Há também muitas críticas à associação da igreja com a política.

Diferente de outros grupos políticos aqui do Estado, o prefeito tem adotado a postura predominantemente silenciosa, sem comentar diretamente quase todos os assuntos sobre alianças e planos eleitorais. No entanto, algumas rupturas são anunciadas dessa forma, com atos oficiais. Não faz muito tempo, no dia 13 de outubro, JHC publicou um vídeo em suas redes com entregas de obras ao lado de Lira.

Nos últimos meses, muitas especulações têm circulado sobre os planos de JHC para as eleições de 2026, os mais fortes seriam a possibilidade de uma candidatura ao Senado ou ao Governo. Ele, oficialmente, não diz nada. Arthur Lira será candidato ao Senado e Renan Filho (MDB) ao Governo, isso está posto. Apesar das idas e vindas, Lira estaria na base aliada dos Caldas, mas o movimento desta semana deixa dúvidas sobre isso.

O Senador Renan Calheiros (MDB), que vai buscar a reeleição, tem feito gestos públicos de afago aos Caldas. Ele já declarou que é simpático a uma candidatura do jovem ao Senado. Sabe-se que em 2026 serão duas vagas ao Senado, e o público de JHC tem mais chances de dividir votos com Lira do que com ele.