Política

Professoras, estudantes e técnicas da Ufal vão participar de ato contra feminicídios

Protesto está sendo convocado pela Frente Feminista para esta quinta-feira (12), a partir das 8h30

Por Lenilda Luna / Ascom Ufal 10/06/2025 18h32 - Atualizado em 10/06/2025 19h56
Professoras, estudantes e técnicas da Ufal vão participar de ato contra feminicídios
Ato acontece na próxima quinta-feira (12) - Foto: Ascom Ufal

Diante da alarmante escalada de feminicídios e da violência contra as mulheres em Alagoas, movimentos feministas e entidades da sociedade civil vão se unir em um ato público nesta quinta-feira (12), às 8h30, na Praça Deodoro, em frente ao Tribunal de Justiça de Alagoas, no Centro de Maceió.

A mobilização, organizada pela Frente Feminista de Alagoas (https://www.instagram.com/fren...), conta com o apoio do Observatório Alagoas da Igualdade de Gênero (https://noticias.ufal.br/ufal/...).

Professoras, estudantes e técnicas da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) confirmaram presença no ato, que será uma resposta alerta contra os sucessivos episódios de violência de gênero no estado. Nas últimas duas semanas, ao menos cinco casos chocaram a população alagoana: uma mulher foi esfaqueada pelo ex-companheiro dentro do campus da Uneal, em Arapiraca; uma adolescente foi encontrada morta em Rio Largo; em Maceió, uma mulher e sua filha de menos de dois anos foram brutalmente assassinadas dentro de casa.

No último sábado (7), mais uma tragédia abalou o estado: no bairro do Prado, um major aposentado da Polícia Militar, após fugir da prisão, sequestrou sua ex-companheira e matou o filho e o cunhado dele. Os registros recentes se somam a uma lista de vítimas que cresceram mês a mês: Anna Cecillya, de apenas 9 anos, assassinada em janeiro em Branquinha; Vany Barbosa, morta em fevereiro em Maragogi; Luíza Andrade, assassinada pelo namorado no dia 8 de março, em Água Branca; Marcela Valentina, mulher trans executada em abril, em Maceió; e Ana Beatriz, estudante do Ifal, vítima de feminicídio, que foi sepultada em maio.

Para Mariana Goulart, estudante de Enfermagem e integrante da Marcha Mundial das Mulheres, a situação é alarmante e exige medidas urgentes. “Não estamos protegidas em nenhum lugar. É preciso cobrar também políticas de assistência e mais segurança para nossas estudantes nas instituições de ensino”, afirmou.

Thayná Martiniano, professora substituta do Curso de Relações Públicas da Ufal, doutoranda da Pós- Graduação em Letras e militante do Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro, ressaltou que o ato é um grito por justiça. “Também denunciamos a omissão dos poderes públicos frente à essas violências. Estudantes e trabalhadoras estão firmes nesta luta contra todas as formas de violência de gênero, por uma vida digna e segura para todas nós”, afirma.

Jamile Ferro, professora da Faculdade de Nutrição da Ufal e coordenadora do Movimento de Mulheres Olga Benario, também reforça a importância da mobilização. “Os casos, infelizmente, não param de acontecer. Precisamos lutar por uma sociedade mais segura para as mulheres. Esse ato é importante para mobilizar a sociedade para dizer que basta: não queremos uma vida de violência”, destacou a professora Jamile.

A coordenadora do Observatório Alagoas de Igualdade de Gênero e professora do curso de Serviço Social, Andrea Pacheco, afirmou que o envolvimento da comunidade acadêmica e da sociedade civil é fundamental. “Criamos o observatório para realizar pesquisas, estudos e propor políticas públicas, mas é evidente que também consideramos fundamental participarmos de todas as mobilizações da sociedade contra a violência à mulher”, pontuou.