Política

MCCE aciona Justiça contra o PT-AL

Representação foi enderaçada à Procuradoria Regional Eleitoral após denúncias contrárias ao presidente da legenda, Ricardo Barbosa

Por Ricardo Rodrigues - colaborador / Tribuna Independente 28/11/2024 09h57
MCCE aciona Justiça contra o PT-AL
Ricardo Barbosa informou que vai se pronunciar sobre a representação na Justiça Eleitoral no momento correto - Foto: Edilson Omena

O Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral do Estado de Alagoas (MCCE/AL) entrou com uma representação na Justiça Eleitoral, denunciando “ilegalidades financeiras” praticadas pelo presidente do Diretório Estadual do Partido dos Trabalhadores em Alagoas (PT/AL), o advogado Ricardo Barbosa. A denúncia foi protocolada na última terça-feira (26), endereçada ao procurador regional eleitoral em Alagoas, Marcelo Jatobá Lobo, para ser investigada como um suposto crime eleitoral.

“Pessoalmente, não temos nada como o advogado Ricardo Barbosa, mas decidimos representá-lo por conta de uma denúncia que um ex-militante do PT, o advogado Welton Roberto, fez publicamente contra ele, de desvio de recursos públicos do Fundo Eleitoral, na campanha de 2024”, justificou o jornalista Antônio Fernando Silva, presidente do MCCE em Alagoas.

Segundo ele, a representação foi feita, contra o presidente do PT em Alagoas, à superintendente da Polícia Federal em Alagoas (PF/AL), delegada Luciana Paiva Barbosa, e à procuradora chefe do Ministério Público Federal de Alagoas (MPF/AL), Roberta Lima Barbosa Bonfim.

“Acionamos a Justiça, via essas instituições, contra supostos crimes de ilegalidades financeiras praticadas pelo senhor Ricardo Barbosa e membros do Diretório Estadual do PT em Alagoas, para que esses fatos sejam investigados e os culpados punidos”, destacou Antônio Fernando, mais conhecido por Fernando CPI.

“São diversas irregularidades e para todos os gostos as alegações contidas no documento encaminhado pelo movimento aos órgãos competentes, dentre elas, alegações de má gestão, desvios ou utilização inadequada dos fundos partidários e repasses para escritório de advocacia do filho do presidente Ricardo Barbosa”, acrescentou CPI.
TEMPOS SOMBRIOS
O MCCE aponta que o PT de Alagoas, além do fiasco eleitoral em 2024, vive tempos sombrios. “Por isso, a posição do MCCE/AL reflete um compromisso fundamental com a democracia e o Estado Democrático de Direito, exigindo a apuração rigorosa de possíveis irregularidades e responsabilização e, caso comprovadas as ilegalidades, que as instituições façam valer suas prerrogativas com vistas a punição dos culpados”.

Ainda de acordo com Fernando CPI, “a exposição midiática intensificou a pressão política e social, o que vem gerando mobilizações internas e externas pela responsabilização e afastamento dos envolvidos. O teor dessa exposição também faz parte do documento protocolado e encaminhado às Instituições, mencionando narrativas e detalhes do ‘modus operandi’ dos envolvidos”.
Para o líder comunitário, que milita há anos no MCCE, o PT de Alagoas vive uma situação complicada.

“Por isso, destacamos a necessidade de distinguir entre opiniões e fatos objetivos em situações de repercussão pública, tendo as denúncias adquirido ampla visibilidade, independentemente de juízo de valor ou de comprovação final, criando um cenário de desgaste comprometendo a liderança e a gestão do partido. Pior, quando essas supostas irregularidades ou ilegalidades envolvem o presidente estadual do partido e membros de seu diretório. Nesse caso, a situação frequentemente se torna insustentável”, argumenta Fernando CPI.

O líder comunitário espera que, com essa denúncia, as supostas ilegalidades sejam investigadas e que a Justiça seja feita. Em contato com a reportagem da Tribuna Independente, Fernando CPI demonstrou preocupação com os últimos acontecimentos envolvendo dirigentes do PT de Alagoas.

“Indivíduos que, a priori, se apresentavam como paladino da ética e da moral, mas, infelizmente, se perderam na prática de seus atos, supostamente errôneos. Cidadãos que se manifestam contra possíveis abusos cumprem um papel essencial na sociedade, assegurando que a fiscalização seja constante. O acompanhamento por movimentos sociais, imprensa, e o engajamento da população são instrumentos poderosos para evitar que casos graves passem despercebidos ou fiquem sem resposta”, acrescentou.

Com relação à denúncia em si, Fernando CPI, deixou bem claro a sua posição sobre os casos de corrupção envolvendo dirigentes partidários que se alimentam da certeza da impunidade. “Como cidadão e defensor da democracia na deveria e nunca deixaria isso passar batido para que esses indivíduos tenham sempre a certeza da impunidade. Claro que esperamos que os supostos crimes sejam apurados e, comprovadas as ilegalidades, o senhor presidente Ricardo Barbosa e quem o acompanhou sejam responsabilizados, civil e criminalmente, conforme a legislação vigente”, destacou.

OUTRO LADO

Ricardo Barbosa é supostamente acusado de desviar R$ 400 mil para o escritório de advocacia do filho. Em contato com a reportagem, o dirigente do PT disse que, desta vez, não gostaria de se pronunciar. “Vou aguardar para me manifestar oficialmente e nos autos, caso prospere a denúncia”, afirmou.