Política
Meta ambiciosa do MDB é comandar 82 prefeituras em Alagoas
PL quer se fortalecer no interior e PT pretende ter êxito em cinco municípios
Nas eleições municipais de 2024 em Alagoas, os principais partidos políticos, como MDB, PP, PT e PL, intensificam suas estratégias para ampliar suas bases de poder. Liderado por Renan Calheiros, o MDB busca eleger um número recorde de prefeitos e fortalecer sua influência no estado, enquanto o PP do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira aposta em alianças estratégicas. O PT e outras legendas também miram crescimento, em um pleito que servirá como termômetro para as eleições gerais de 2026, quando as disputas locais terão grande peso na definição dos próximos líderes estaduais e federais.
O MDB pretende consolidar sua posição de destaque, com a meta de eleger um número recorde de prefeitos. Atualmente, o MDB é o maior partido em Alagoas, já detendo 68 das 102 prefeituras do estado. O objetivo é aumentar esse número e manter sua ampla presença nas câmaras municipais.
O senador Renan Calheiros usou as redes sociais lembrando que o MDB tem candidatos em 82 cidades alagoanas. “Estamos chegando na reta final dessa eleição e o MDB vai ter uma grande vitória no estado de Alagoas, o MDB e o nosso grupo. Nós estamos apresentando 82 candidatos a prefeito e apoiaremos candidatos a prefeito nos 102 municípios por outros partidos: PSB, Republicanos, PDT, PT e até pelo PP”, afirmou o senador
Calheiros disse ainda que em 16 municípios, o MDB apoia candidatos do PP, como Coruripe, Feliz Deserto, Jequiá da Praia, Porto Real do Colégio e outras. “E em 10 outros municípios, o PP apoia candidatos do MDB: Pilar, Arapiraca, Atalaia, Capela e outras, de modo que, nós vamos eleger mais de 90 prefeitos nessa eleição. É talvez a maior vitória de um grupo político em Alagoas em todos os tempos”, concluiu.
O Partido dos Trabalhadores (PT), por sua vez, tem uma meta mais modesta, mas também significativa. O PT almeja eleger pelo menos cinco prefeitos e mais de 40 vereadores, um crescimento expressivo em relação às últimas eleições. Com diretórios em 90 municípios, o partido espera recuperar a força que perdeu nas eleições anteriores, quando viu sua bancada de vereadores cair drasticamente.
Além desses, partidos como o Progressistas (PP), sob a liderança de Arthur Lira, e o Partido Liberal (PL), que em Alagoas é presidido pelo prefeito de Maceió, JHC, também têm buscado ampliar suas bases. O PL quer eleger 19 prefeituras. O PP está focado em aumentar sua representatividade nas prefeituras e câmaras municipais, mirando em cidades estratégicas, como Maceió e Porto de Pedras. A Tribuna quis saber quantas prefeituras o partido pretende eleger, mas até o fechamento desta edição, não houve retorno.
DE 2024 PARA 2026
Essas eleições municipais são vistas como um termômetro importante para as eleições gerais de 2026, já que a estrutura local consolidada nos municípios poderá impulsionar candidaturas para cargos estaduais e federais no futuro. Isso torna o pleito municipal fundamental para as estratégias eleitorais de cada legenda, visando fortalecer suas bases e projetar candidatos com maior visibilidade.
A cientista política Luciana Santana, especialista em política local, analisou recentemente o cenário partidário nas eleições municipais em Alagoas, destacando características peculiares da política local e as alianças inusitadas entre partidos rivais. Segundo Santana, os subsistemas partidários que operam no âmbito municipal são significativamente diferentes daqueles observados em nível nacional.
“A política municipal apresenta uma dinâmica própria, onde muitas vezes as alianças parecem incoerentes do ponto de vista ideológico. No entanto, isso não significa que sejam ruins ou problemáticas. São, na verdade, características específicas da política local, fortemente influenciadas pela personalização e pelo papel das lideranças políticas”, afirmou Luciana Santana.
Em Alagoas, essa personalização é evidenciada pela existência de dois grandes grupos políticos que dominam o cenário: o grupo ligado aos Calheiros e o grupo em torno de Arthur Lira.
“Esses dois grupos têm demonstrado grande capacidade de articulação, inclusive com alianças que transcendem os limites partidários. Há casos em que o MDB apoia o PP, e vice-versa, demonstrando que as lideranças políticas locais muitas vezes sobrepõem os interesses de seus próprios partidos”, contextualiza.
A cientista destacou ainda que esse fenômeno, em que as lideranças políticas prevalecem sobre as diretrizes partidárias, é comum no estado. No entanto, ela ressaltou que é necessário observar se, após as eleições, ocorrerá algum movimento de mudança partidária, especialmente com vistas às eleições gerais de 2026. “Esses prefeitos e vereadores eleitos em 2024 terão um papel fundamental na definição dos nomes para a Câmara dos Deputados e para o Senado, especialmente considerando que duas vagas estarão em disputa”, acrescentou Luciana Santana.
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