Política
Direita investe alto para ampliar representação no Legislativo
Cientista política Luciana Santana arrisca uma avaliação do cenário
Ao avaliar o contexto da campanha eleitoral para o Legislativo em Maceió, o investimento de recursos e a capilaridade de alguns nomes, as possibilidades sobre os eleitos estão em debate.
A cientista política Luciana Santana afirma que não se pode dizer nada além de hipóteses, mas ela arrisca uma avaliação do cenário. “Na verdade, acho que Maceió vai produzir muito o que a gente está vendo no país. Ao contrário da última legislatura, onde a gente teve ali, pelo menos em termos partidários, uma maior diversidade, com o campo de centro-esquerda conseguindo vários assentos, nessa eleição, a gente deve ter o contrário, a gente deve ter ali um aumento de cadeiras ocupadas pelo PL e outros partidos de direita”.
Ela reforça que esse é um movimento nacional. “O que está acontecendo no Brasil inteiro é um ‘endireitamento’ no sistema partidário, então, acho que isso deve se reproduzir nesse processo. A gente vai ver isso de forma bem clara no resultado eleitoral para a Câmara Municipal em Maceió”.
Em 2020, os resultados foram relativamente pulverizados. Seis partidos diferentes conquistaram apenas uma vaga cada, apenas um conquistou duas vagas e quatro alcançaram três. O partido que mais conquistou cadeiras naquele momento foi o MDB, que elegeu cinco vereadores. Alguns deles migraram para outras legendas, incluindo o PL.
Luciana acredita que talvez aconteça um desempenho mais baixo na capital esse ano. “Na eleição de Maceió, eu acredito que tende a ter menos espaço do que teve na eleição passada. Eu não sei, eu não consigo dimensionar o quanto. Quer queira ou quer não, a gente tem alguns apoiadores do governo do MDB no Estado e que não estão necessariamente no MDB. Então, por exemplo, tem o caso do Rui [Palmeira (PSD)], que é o exemplo mais claro e que tende a ser eleito. E também casos do PT, como a Teca Nelma e outros nomes”.
Entre os 27 vereadores, a cientista política acredita em uma certa manutenção de cenário. “A gente deve ter aí representantes de partidos que hoje já ocupam, mas deve ter uma concentração maior de partido, do PL, até por causa do prefeito e dessa reeleição dele, do seu favoritismo, e a influência que tem nesse processo”.
Observando o investimento financeiro, o segundo partido que mais está instrumentado para a disputa é o Progressistas. Além do PL, que investiu pesado (R$ 300 mil) em quase todas as 28 candidaturas, deixando de fora apenas um que não aceitou, quem mais chama a atenção é o PP, com orçamentos de mais de 300 mil em pelo menos quatro candidaturas.
Mesmo com a provável bancada numerosa do PL e sua base, também há possibilidade de partidos mais na centro-esquerda conseguirem equilibrar um pouco a casa com uma bancada de oposição. Pelo menos observando orçamentos e histórico eleitoral. Apesar das baixas sofridas, o MDB segue com certa força. Houve filiações de outros vereadores e a chapa atual tem quatro vereadores de mandato tentando a reeleição, além de alguns nomes de fora que também trazem um orçamento competitivo.
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