Ainda sem resposta do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre o envio de tropas federais, a situação acirrada de alguns municípios alagoanos já está sendo avaliada pelas forças de segurança pública do Estado. De acordo com a assessoria da Polícia Militar (PM), o Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas solicitou reforço para quatro municípios: Junqueiro, Teotônio Vilela, Taquarana e Maribondo.

Para as eleições, o esquema de segurança contará com 6.600 militares distribuídos em 1.077 locais de votação a serem distribuídos pelos 102 municípios, sendo 740 no interior e 337 na capital. A PM explica que a distribuição do efetivo ainda não foi finalizada, está sendo feita ao longo da semana, mas que desses casos onde há acirramento, já foi determinado que para a região de Junqueiro e Teotônio Vilela o efetivo mobilizado será de 70 policiais, aproximadamente.

O embarque de policiais para esse fim normalmente acontece na véspera do pleito, ou seja, no sábado. Mas a previsão para esses locais em que há acirramento é de antecipe em um dia, e os agentes estejam na cidade a partir desta sexta-feira (4).

Na última terça-feira (1°), o TRE esclareceu que tem dado atenção ao tema. “O TRE de Alagoas tem acompanhado todos os pedidos de apoio que se referem à segurança nos municípios alagoanos cujos ânimos políticos estejam um pouco mais acirrados. Além disso, o Tribunal tem atuado em integração com todas as forças policiais do Estado, incluindo as Polícias Militar, Civil e Federal”.

Em Taquarana a situação se agravou mais nos últimos dias, por isso a Justiça Eleitoral chegou a tomar medidas drásticas. O juiz Carlos Bruno de Oliveira Ramos, responsável pela 45ª Zona Eleitoral, se reuniu com representantes das coligações e manteve a decisão de suspender todos os atos de campanha até o dia da eleição. Também ficou definido que no domingo, após a divulgação da totalização dos votos, estão proibidas as comemorações em locais públicos, podendo ocorrer apenas em recintos particulares. O juiz eleitoral encaminhou ao TRE um pedido de direcionamento de tropas federais para o município. O requerimento de urgência, segundo o magistrado, se justifica pelos últimos acontecimentos relacionados à campanha dos candidatos à prefeitura, reveladores de intensa animosidade e de elevada intimidação da população.

Na tarde da última terça-feira, integrantes da Câmara Técnica de Inteligência (CTI) para as Eleições 2024 estiveram em Taquarana e Maribondo, onde se reuniram com magistrados e representantes das forças de segurança nos locais. Os encontros foram conduzidos pelo desembargador eleitoral Rodrigo Malta Prata Lima, que coordena os trabalhos da Câmara, integrada pelos órgãos de inteligência alagoanos.

A CTI do TRE/AL tem como atribuições identificar vulnerabilidades e ameaças à segurança das eleições, prevenir e reprimir a prática de ilícitos eleitorais, as notícias falsas, a influência do crime organizado no processo eleitoral, bem como produzir conhecimento e formular propostas que possam subsidiar os trabalhos e decisões estratégicas no campo da segurança.

O assessor de Segurança Institucional do Tribunal, Orlando Galdino, e o responsável pelo setor de Inteligência da Polícia Militar de Alagoas (PM/AL), coronel Duarte, participaram das reuniões.

A CTI é composta por representantes da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), da Polícia Federal (PF), do Conselho de Segurança Pública de Alagoas (Conseg), da Polícia Civil (PC), da Polícia Militar (PM), do Corpo de Bombeiros Militar (CBM), do Exército Brasileiro e da Polícia Rodoviária Federal (PRF). O titular da Assessoria de Segurança Institucional (ASI) do TRE de Alagoas também atua na coordenação dos trabalhos.

Ontem (2), o presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas desembargador Klever Loureiro, se reuniu com o diretor-geral da Polícia Civil (PC) para tratar sobre a segurança em municípios do interior nos dias que antecedem a eleição do próximo domingo. O desembargador eleitoral Rodrigo Prata, coordenador da Câmara Técnica de Inteligência do Tribunal, também participou da reunião.