Política
Oposição a JHC quer evitar vitória no 1º turno
Adversários acreditam que eleitorado em Maceió vai definir sobre em quem votar para prefeito na reta final da campanha eleitoral
Com a reta final das eleições se aproximando, os candidatos de oposição ao prefeito de Maceió, JHC (PL), que busca à reeleição, estão reforçando as suas estratégias para tentar levar a disputa para o segundo turno. A mais recente pesquisa Quaest, contratada pela TV Gazeta de Alagoas, divulgada na última sexta-feira (20), indica que o JHC mantém uma liderança expressiva, com 74% das intenções de voto, o mesmo percentual registrado na pesquisa anterior, de 29 de agosto.
Este cenário tem feito com que JHC reforce nas ruas, em suas redes sociais, em sua campanha, que a vitória nas eleições em Maceió vem no primeiro turno. Entretanto, os adversários do prefeito acreditam que a decisão final ainda está em aberto e têm intensificado suas campanhas para reverter o quadro.
O deputado federal Rafael Brito, candidato do MDB, aparece em segundo lugar na pesquisa com 10% das intenções de voto, e cresceu em relação aos 4% obtidos anteriormente, o que acendeu um sinal de alerta para a campanha do atual prefeito. Ele tem focado suas críticas na gestão de JHC, questionando a execução de obras e a entrega de serviços prometidos.
Durante participação no podcast da Tribuna Independente, Rafael Brito reforçou que o período final da campanha será decisivo. “A eleição em Maceió é decidida na última semana. Ainda temos um caminho importante pela frente e acreditamos que é possível levar a decisão para o segundo turno”, declarou. Sua campanha tem intensificado a presença nas redes sociais e nas ruas, buscando atrair o eleitor indeciso e mostrar-se como uma alternativa viável ao atual prefeito.
Em terceiro lugar, Lobão (Solidariedade) aparece com 3%, seguido por Lenilda Luna (UP), com 1%, e Nina Tenório (PCO), com 0%. Todos esses candidatos estão tecnicamente empatados dentro da margem de erro da pesquisa, que é de três pontos percentuais para mais ou para menos.
ESTRATÉGIAS
Lenilda Luna, candidata da Unidade Popular, tem criticado a administração de JHC e busca mobilizar eleitores que desejam uma mudança na gestão da cidade. Em entrevista à Tribuna Independente, Luna afirmou que a campanha de JHC é sustentada por “maquiagens”, que mascaram problemas estruturais de Maceió. “De perto, a grama do prefeito não é nada verdejante. Não passa de maquiagem para esconder os problemas de infraestrutura na cidade”, afirmou a candidata.
Ela também criticou a postura de JHC de não participar de debates públicos, argumentando que ele evita o confronto direto por ter muito a explicar sobre promessas não cumpridas, obras inacabadas e indícios de superfaturamento em projetos da prefeitura. “Sabemos que é uma campanha do tostão contra o milhão, mas acreditamos que esse jogo pode virar. Vamos para o segundo turno e o João H. Caldas não vai poder fugir do debate”, acrescentou Lenilda.
Apesar de contar com poucos recursos e tempo de televisão na propaganda eleitoral, Lenilda e sua equipe têm se dedicado ao contato direto com o eleitorado, percorrendo bairros, locais de trabalho e estudo para apresentar suas propostas.
“A campanha eleitoral não é democrática. A reforma partidária foi feita para manter os mesmos partidos de sempre no poder. Mas, nós da Unidade Popular provamos que é possível mobilizar a sociedade por mudanças. Conseguimos 1,2 milhão de assinaturas para legalizar nosso partido, e vamos continuar organizando a população para reivindicar seus direitos”, destacou.
Mesmo com a liderança de JHC, os candidatos de oposição permanecem determinados em levar a eleição para o segundo turno. As campanhas de Rafael Brito, Lenilda Luna e Lobão têm reforçado o corpo a corpo com o eleitorado, na tentativa de mobilizar os indecisos e, com isso, mudar o rumo da eleição.
Para cientista política, cenário eleitoral na capital aponta para incertezas
A cientista política Luciana Santana, em entrevista à Tribuna Independente, destacou que, apesar da liderança de JHC nas pesquisas, o cenário eleitoral ainda guarda incertezas.
“Para mim, está muito claro que o cenário é de vitória do JHC no primeiro turno. Isso, para mim, é inquestionável. Agora, o percentual é muito incerto, porque temos que considerar os votos não válidos, como nulos e brancos”, explicou Luciana, que estima que JHC possa vencer com cerca de 70% dos votos válidos.
A cientista política também ponderou que, embora JHC tenha usado as redes sociais para promover a ideia de vitória antecipada, isso faz parte de uma estratégia de campanha, sem ilegalidade envolvida. “Usar as redes sociais para afirmar que já ganha no primeiro turno é uma estratégia de campanha. Não tem nenhuma ilegalidade nisso, mas, se fosse eu, não faria isso, porque acredito que há alguns limites que precisam ser respeitados”, comentou Luciana.
Ela enfatizou ainda o papel da oposição na busca por um segundo turno e alertou para o risco de uma gestão com um percentual muito alto de votos, o que poderia levar a “ações inesperadas” em um segundo mandato. “Chegar com um percentual tão alto pode comprometer o controle social e criar um ambiente político menos favorável à oposição”, avaliou.
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