A presença da ministra da Mulher, Aparecida Gonçalves em Alagoas, ontem (29), contou com várias ações voltadas para o combate à violência e discriminação contra a mulher. Em coletiva com a imprensa, ao lado do vice-governador Ronaldo Lessa (DPT), ela anunciou o lançamento do Pacto e da Marcha contra a Misoginia, e a construção de três casas da mulher brasileira no estado.

O pacto teria como objetivo envolver órgãos governamentais, setor privado e sociedade civil em um trabalho conjunto pela igualdade de gênero. “Estamos aqui em Alagoas trazendo uma mensagem de um momento de igualdade, exemplo disso é que acabamos de aprovar a lei de igualdade salarial no Brasil, e agora temos que trabalhar para implementá-la”, afirmou a ministra. “É inadmissível que ainda hoje as mulheres ganhem 32% a menos que os homens”.

Na oportunidade, Gonçalves anunciou três novas casas da mulher brasileira. A secretária de Estado da mulher e dos direitos humanos, Maria José Silva, completou que as unidades serão construídas em Santana do Ipanema, Maceió (no Benedito Bentes) e uma terceira que ainda não tem local definido, dependendo da doação de um terreno pelo Estado.

A Casa da Mulher Brasileira é uma inovação no atendimento humanizado às mulheres. Integra no mesmo espaço serviços especializados para os mais diversos tipos de violência contra as mulheres: acolhimento e triagem; apoio psicossocial; delegacia; Juizado; Ministério Público, Defensoria Pública; promoção de autonomia econômica; cuidado das crianças – brinquedoteca; alojamento de passagem e central de transportes.

A ministra reforçou que todas as mulheres que sofrerem algum tipo de violência devem denunciar para que o Estado possa garantir as medidas protetivas. “Em 2022, tivemos 392 mil medidas protetivas, ou seja, foram 392 mil vidas salvas”, destacou Aparecida Gonçalves.

Ronaldo Lessa ressaltou que as questões de gênero são uma prioridade do atual governo de Alagoas. “É uma felicidade para Alagoas receber a ministra das Mulheres em pleno Agosto Lilás, e não poderia ser diferente porque o governador Paulo Dantas vem avançando na política de defesa das mulheres; tem no primeiro escalão de governo a maioria de mulheres e vem estabelecendo uma série de medidas que coloca Alagoas na vanguarda nesse processo”.

Segundo Lessa, foi durante a sua gestão como governador que a secretaria de políticas para mulheres foi instalada em Alagoas pela primeira vez. “E fico feliz porque o governador Paulo Dantas não parou e avançou ainda mais nas políticas de defesa da mulher”, acrescentou.

Maria lembrou que Alagoas implantou o Centro de Atendimento Especializado da Mulher, a Delegacia 24 horas, que completa agora em agosto, um ano, e está em fase de implantação do primeiro Complexo de Proteção da Mulher, que contará com uma Casa de Passagem para mulheres vítimas de violência.

A segurança pública do estado também levou dados importantes sobre o trabalho realizado em relação a isso. Segundo a coordenadora do Núcleo Integrado de Atendimento à Mulher da Secretaria de Estado da Segurança, delegada Ana Luiza Nogueira, em um ano de funcionamento, só na Delegacia 24 horas foram efetuados 1.380 procedimentos.

A comandante da Patrulha Maria da Penha da Polícia Militar de Alagoas, a tenente-coronel Danielli Assunção, disse que Alagoas é o único estado em que as mulheres atendidas não foram vítimas de feminicídio. “O aumento de denúncias é um dado positivo. Nós estimulamos que as mulheres denunciem os casos de violência, pois só assim podemos salvaguardar a vida dessas mulheres”, disse ela.