Política

MDB, PT e PSD vão enfrentar JHC

Renan Calheiros defende estratégia de outras legendas lançarem nomes para fortalecer oposição ao prefeito de Maceió

Por Emanuelle Vanderlei – colaboradora com Tribuna Independente 19/08/2023 09h16
MDB, PT e PSD vão enfrentar JHC
Renan Calheiros garante que o MDB terá candidatura própria em Maceió; Ronaldo Medeiros (PT) e Rui Palmeira (PSD) são nomes fortes - Foto: Edilson Omena e Sandro Lima

Em ano pré-eleitoral, sobretudo nas disputas pelas prefeituras, as pesquisas encomendadas mostram cenários de favoritismo de atuais gestores municipais, a exemplo do que acontece em Maceió, quando o prefeito JHC (PL), continua como favorito à reeleição. No entanto, a estratégia do MDB, partido presidido no estado pelo senador Renan Calheiros, aponta para um outro movimento.

Na última semana, o senador Renan reuniu vereadores, deputados estaduais e federais para tratar de diversas pautas e a disputa pela Prefeitura de Maceió entrou em questão. Para Calheiros, não basta apenas o MDB ter candidato. É preciso unir forças partidárias, com outras candidaturas, para enfrentar o atual prefeito da capital alagoana.

Neste contexto, o MDB não rivalizaria com outras legendas. Renan reforçou que o Partido dos Trabalhadores (PT) precisa lançar candidato, assim como o PSD deve deliberar para ter candidatura à prefeitura.

Aos correligionários do MDB, Renan Calheiros afirmou que a eleição em dois turnos é importante para se apresentar propostas e no segundo turno haver conciliações em torno da candidatura que conseguiu chegar ao segundo turno.

Apesar de não citar nomes cotados dos partidos, fica evidente que o senador se referiu às candidaturas do deputado estadual Ronaldo Medeiros ou do deputado federal Paulão, ambos do PT, e do ex-prefeito de Maceió, Rui Palmeira, atual secretário de Estado da Infraestrutura no governo Paulo Dantas (MDB). Rui foi prefeito de Maceió em duas oportunidades.

Do PSD, Rui Palmeira disse à Tribuna Independente que a prioridade é atuação no governo estadual, mas que as candidaturas no próximo ano devem ser discutidas somente em janeiro.

“O nosso foco agora é a Secretaria de Estado de Infraestrutura, temos obras em diversos municípios, nas áreas de habitação, esgotamento sanitário e abastecimento de água, além do Minha Casa, Minha Vida e essa é a nossa meta. Candidaturas discutimos a partir de janeiro do próximo ano”, avalia.

Fora da capital, Palmeira admite que o partido tem planos. “O PSD está montando uma chapa para eleger pelo menos três vereadores. E no interior, estamos trabalhando também as chapas de vereadores e algumas candidaturas de prefeito e vice-prefeito”.

No PT, a construção da candidatura em Maceió é confirmada. Internamente, os nomes do deputado Ronaldo Medeiros e da suplente de deputado estadual, Elida Miranda. “Sim, estamos construindo internamente no partido”, disse Ronaldo Medeiros à Tribuna Independente.

O deputado federal Paulão seria mais uma opção para entrar na disputa, na leitura Renan Calheiros, mas ele tem outra proposta. “Já dei declaração na imprensa que não serei candidato a prefeito de Maceió. Defendo que a Federação [PT/PCdoB/PV] tenha candidatura a prefeito. Acho a pulverização de candidaturas de oposição um equívoco político. Defendo a tese de uma candidatura única de oposição para enfrentar o prefeito JHC”.

‘JOGANDO A TOALHA?’

A cientista política Luciana Santana vê essas declarações como uma sinalização de que o resultado já é praticamente irreversível. “Nessa mudança de estratégia a hipótese é que o partido tem a compreensão e o panorama que a eleição de JHC deve ser muito certa. Deve acontecer sem qualquer problema, a não ser que um fato muito novo mude essa conjuntura, mas até então não é isso que parece que vai acontecer”.

Nesse sentido, a eleição assume um papel de espaço para avaliação da gestão e demarcação de território para 2026.

“Então a ideia, claro, é sempre incentivar que tenham candidaturas que possam contribuir com o debate eleitoral, quais são as fragilidades do JHC enquanto prefeito, ou seja, marcar posição mesmo, o MDB acho que já tem clareza que precisam pensar 2026, acho que vai ser um embate mais duro a ser enfrentado. E aí sim vai ser necessário que esteja bem coeso, tem aí uma coalizão de forças eleitorais que o habilite a se manter no governo do estado durante mais quatro anos. Então tem muita coisa aí para acontecer”, finaliza Santana.