Política
Sem-terra querem saída de aliado de Arthur Lira
Trabalhadores defendem que novo superintendente do Incra seja ligado às pautas referentes à reforma agrária

Passados os primeiros 100 dias que Lula assumiu a presidência, os movimentos sociais começam a cobrar as mudanças. Em Alagoas, a troca da superintendência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), é reivindicada desde janeiro, e agora é alvo de grande manifestação com direito a ocupação do prédio do órgão.
“Ocupamos e exigimos que o ministro [Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar,] Paulo Teixeira tome as medidas administrativas, retome a pauta da reforma agrária, assuma a melhoria das estruturas das áreas reformadas e apoie a produção de alimentos sadios. O Incra é um órgão público estratégico e deve ser um mecanismo na colaboração para retirar o país do mapa da fome”, diz a nota divulgada pelo movimento.
Segundo Alice Oliveira, do MST, o atual superintendente não cumpre o papel de promover a reforma agrária. “Durante esses anos, Cesar Lira não deu andamento em nada aqui em Alagoas. Ele é claramente contra os movimentos sociais do campo o que dificulta nosso diálogo com o Incra, com ele na gestão”.
O movimento ainda acusa o gestor. “É extremamente violento com nosso povo, tendo alguns casos de agressão inclusive, com B.O. [boletim de ocorrência] registrado. Devido a isso não conseguimos avançar em pautas como regularização de terras, construção de casas, apoio em créditos para reforma agrária, isso tudo está parado aqui em Alagoas”, completa Alice.
O conjunto de sete movimentos acampou na Praça Sinimbu no último domingo (9), fez uma passeata pelas ruas do Centro de Maceió ontem (10) de manhã e por fim ocupou o prédio do Incra. A pretensão é permanecer até a saída do atual gestor. “Estamos esperando que essa nomeação saia logo. A reforma agrária tem pressa e precisamos de um superintendente que nos ouça e execute nossas demandas”.
Através de nota, o Incra alega desconhecer a pauta. “A Superintendência do Incra em Alagoas informa que não recebeu, oficialmente, pauta de reivindicações dos movimentos sociais. Informa, também, que as metas institucionais estabelecidas estão sendo cumpridas. Nomeações e exonerações não são tratadas regionalmente. Todos os serviços no prédio sede da autarquia estão suspensos enquanto durar a ocupação”.
Os sem-terra defendem a exoneração imediata de Cesar Lira, primo do presidente da Câmara Federal Arthur Lira (PP), chamado por eles de “bolsonarista raiz”, e indicam o nome de José Ubiratan Rezende Santana, um servidor de carreira, para comandar o órgão em Alagoas. “Desde janeiro buscamos junto ao deputado Paulo Fernandes (PT) e ao ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar [MDAAF], Paulo Teixeira”, diz a nota.
Sobre Paulão, a sem-terra afirma que ele se reuniu com as lideranças e se comprometeu em apoiar o indicado. O deputado responde que não é ele quem decide. “Tem que perguntar ao ministro do Incra, essa é uma decisão do Executivo. Eu recebi a comissão, o nome que eles indicam tem o meu aval, mas a decisão não é minha”.
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