Política
Onze secretários, dos 24 anunciados por Paulo Dantas, são de escolha pessoal
Governador também contempla aliados na Assembleia, Congresso Nacional e de setores econômicos para compor sua equipe

Na última segunda-feira (19), Paulo Dantas (MDB) anunciou 24 dos 26 secretários de seu novo governo. Destes, 11 são de escolha pessoal, segundo apurou a reportagem da Tribuna junto ao Palácio República dos Palmares, sendo dois também em acordo com outras personalidades da política ou de setores da economia.
Poliana Santana, indicada para a Governança, teve seu nome escolhido em acordo entre o governador e o senador eleito Renan Filho (MDB). Já Bárbara Braga, para a nova pasta do Turismo, saiu do consenso entre o trade turístico de Alagoas e Paulo Dantas.
Já o senador Renan Calheiros (MDB) teve participação direta na manutenção de Mozart Amaral à frente da Setrand e de Caroline Balbino para a Sedetur, mas este nome em conversa com o empresário – e suplente do parlamentar – Rafael Tenório.
George Santoro, na Sefaz, e Renata dos Santos, na Seplag, seguem nas pastas, seja por “critérios técnicos e boa relação com Marcelo Victor [presidente da Assembleia Legislativa]”.
Aline Rodrigues, para a nova pasta de pessoas com deficiência, foi escolhida por “critérios técnicos”.
Os nomes indicados pelos partidos políticos aliados são: Angela Reis, Esportes, pelo PCdoB; Maria José, na Semudh, e Gino César, na Semarh, pelo PT; Katia Born, Seades, pelo PDT; e o ex-prefeito de Maceió, Rui Palmeira, Seinfra, PSD.
Parlamentares também foram contemplados. Kelmann Vieira segue na Seprev. Ele é esposo da deputada estadual Flávia Cavalcanti (MDB). Gustavo Pontes, na Sesau, é indicação do deputado federal Isnaldo Bulhões (MDB) e do deputado estadual Leo Loureiro (MDB), não reeleito em outubro.
Melina Freitas continua na Secult. Ela é sobrinha do deputado estadual Inácio Loiola e filha do desembargador Washington Luiz. Já Arthur Albuquerque, filho do deputado estadual Antonio Albuquerque (Republicanos), retorna à Sedet. Na Seduc, quem assume é Marcius Beltrão, irmão do prefeito de Coruripe Marcelo Beltrão.
Os demais nomes são de escolha pessoal do governador, a exemplo de Joaldo Cavalcanti na Secom; Luiza Barreiros, no Gabinete Civil; Vitor Pereira, na Secretaria de Governo; Diogo Teixeira, na Seris; e Carla Dantas, na Seagri. Ela foi eleita deputada estadual e em seu lugar assume Galba Novaes (MDB).
Até o fechamento desta edição, CGE e para a Ciência e Tecnologia ainda não haviam sido anunciados.
“Ainda não dá para falar em mais independência do novo governo”
A reeleição do governador Paulo Dantas foi atípica desde a escolha de seu nome para o cargo. Ele foi eleito em maio por uma eleição indireta, uma vez que o então governador Renan Filho renunciou ao mandato para concorrer ao Senado. Como o seu vice-governador eleito, Luciano Barbosa, havia sido eleito prefeito de Arapiraca em 2020, Renan Filho ficou sem vice. Daí, como determina a legislação, coube à Assembleia Legislativa eleger o sucessor para exercer o cargo até 31 de dezembro.
Mas até a eleição indireta ocorreu envolta a dificuldades, devido a uma série de ações judiciais movidas pela oposição, capitaneada pelo deputado federal Arthur Lira (PP), que acabaram por adiar o pleito em cerca de 15 dias.
Já durante a campanha eleitoral propriamente dita, a candidatura de Paulo Dantas também passou por momentos de dificuldade. Ele chegou a ser afastado do cargo logo após a realização do primeiro turno das eleições, no qual ficou a menos de 3,5% de já liquidar a fatura. Seu retorno à função de governador ocorreu a poucos dias do segundo turno, no qual venceu Rodrigo Cunha (União Brasil) – apoiado por Arthur Lira.
Sua ligação com os Calheiros e com o presidente da ALE, deputado Marcelo Victor, geraram discurso de que Paulo Dantas não teria condições de fazer um governo com sua cara, exercendo somente a vontade de seus “padrinhos políticos”.
Para a cientista Luciana Santana, ainda não é possível afirmar que o novo governo Paulo Dantas, mesmo com boa parte dos secretários anunciados serem de sua escolha pessoal, será mais “independente”.
“Não tem como afirmar se o governo será mais independente ou não. As condições às quais o Paulo foi eleito fazem com que ele não tenha essa total independência, ele vai precisar de apoio da ALE e do grupo do Renan Calheiros para colocar, de fato uma agenda própria à frente. É difícil afirmar que isso pode acontecer. Alguns nomes ainda vão aparecer para contemplar cargos ainda não definidos”, analisa a cientista política.
MACEIÓ
A indicação de Rui Palmeira à Seinfra é um claro sinal de que o Palácio República dos Palmares investirá no pleito municipal em 2024. Rui é ex-prefeito de Maceió e antecessor de JHC (PL), que faz oposição aos palacianos.
Se ele obtiver um bom desempenho, é forte nome para representar o grupo na disputa eleitoral na capital alagoana.
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