Política
Após período de eleição, mulher cobra pagamento por voto em Maragogi
Denúncia foi repassada a um programa de rádio e prefeito de Maragogi garante não ter comprado votos em 2016
A situação do prefeito de Maragogi, Fernando Sérgio Lira (PP), pode se complicar devido às denúncias que estão surgindo do seu próprio eleitorado em contato com a rádio local, a Maragogi FM.
Durante um programa de rádio, uma eleitora denunciou que no período eleitoral foram distribuídos cartões que traziam no verso a simulação de uma tarja eletrônica com o seu nome e número do partido. De acordo com a denunciante, os beneficiados eram informados nos lugares onde haveria a distribuição dos cartões com informes de que a partir de janeiro, receberiam o pagamento, o que não aconteceu.
O agravante para o prefeito é que esta suposta prática é ilegal e configura-se compra de voto, o que pode acarretar em problemas eleitorais para o prefeito eleito em 2016.
Sérgio Lira também foi denunciado pelo Ministério Público, através da promotora Francisca Paula de Jesus, que ingressou com ação de investigação eleitoral em desfavor do gestor e de sua vice. A ação que foi movida pela coligação opositora alega que Fernando Sérgio Lira (PP) teria comprado votos em troca de atendimento médico. O próprio candidato era quem atendia os pacientes. Ele é médico reumatologista.
Procurado pela reportagem da Tribuna Independente, o prefeito negou veementemente que tenha usado da prática de compra de votos.
“Nunca dei cartão a ninguém. Não existe isso. O que existe é uma promessa de campanha e que vou cumprir. Há um programa para pessoas de baixa renda a ser criado. Apensas isso”, disse.
Deputado já sofreu revés na Justiça Eleitoral
O caso relatado pela eleitora em entrevista à rádio Maragogi FM, traz algumas semelhanças com a denúncia contra o deputado estadual Marquinhos Madeira (PMDB), que foi denunciado por compra de votos em uma rádio de União dos Palmares e logo após acabou tendo o seu mandato cassado pelo pleno do Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas (TRE/AL).
A reportagem entrou em contato com o procurador eleitoral, Marcial Coelho, autor do processo contra o deputado para saber se os fatos poderiam ser considerados semelhantes, mas foi informada pela sua assessoria que ele estaria de férias. Então o gabinete da Procuradoria Regional Eleitoral (PRE) se posicionou e informou que o caso do prefeito de Maragogi, não é igual ao do parlamentar, ao menos no que tange ao meio empregado numa suposta compra de votos.
“Madeira contratou alguém para comprar o voto para ele, enquanto o prefeito teria feito uso de ferramentas mais diretas. Ainda assim, não é possível a PRE afirmar antes de analisar o caso concreto se e quais medidas serão adotadas contra o prefeito”, ressaltou.
O gabinete explicou ainda que o caso do prefeito pode ensejar duas ações, uma cível que corre junto ao promotor eleitoral e uma criminal, que irá para a PRE.
“Até o momento a criminal não chegou. A assessoria acredita que é possível que o inquérito ainda esteja com a Polícia Federal”, informou.
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