Polícia
Morte de detento por decapitação foi motivada por desavença externa, diz Seris
Carlos Júnior dos Santos foi assassinado nesta segunda-feira na Casa de Custódia de Maceió
A Secretaria de Ressocialização e Inclusão Social (Seris) informou, que a morte do reeducando identificado como Carlos Júnior dos Santos, ocorrida na manhã de ontem (28), durante visita do governador Renan Filho (PMDB) na Casa de Custódia de Maceió, o Cadeião, para assinar a ordem de serviço de instalação do Centro de Telepresença no sistema prisional, foi motivada por um desentendimento fora da unidade.
De acordo com a secretaria, o interno estava no módulo 2, cela 18, e era acusado por homicídio.
“As informações iniciais dão conta que a morte foi motivada por uma desavença que surgiu fora da unidade prisional e isso teria resultado na morte do reeducando quando o mesmo deu entrada no sistema prisional”, diz Seris em nota.
Ainda segundo a Seris, todas as providências necessárias para apurar as causas e circunstâncias da morte do reeducando estão sendo tomadas e a Justiça cumprirá o seu papel.
A vítima foi morta com golpes de arma branca. Carlos Júnior teve a cabeça degolada e em seguida colocada dentro de sua barriga. Os presos também arrancaram as vísceras do detento, espalhando-as pelo interior da cela.
Profissionais do Instituto de Criminalística e Instituto Médico Legal (IML) estiveram na Casa de Custódia para realizar a remoção do corpo e a perícia do local.
A direção do Cadeião abriu um Procedimento Administrativo Disciplinar e aguarda o laudo do IML para identificar as causas e circunstâncias que resultaram no óbito de Carlos Júnior dos Santos.
A cela 18 da Casa de Custódia está isolada e a Polícia Civil está trabalhando na investigação.
A unidade continua operando com todos os seus serviços.
A Secretaria da Ressocialização informou que está adotando todas as providências no sentido de garantir assistência aos familiares da vítima.
O fato foi comunicado para as autoridades do Poder Judiciário.
A Seris informou ainda que essa morte foi um caso isolado e a notícia que mais reeducandos seriam mortos são boatos e não tem procedência.
Vítima faria parte de facção criminosa, diz Sindicato
O Sindicato dos Agentes Penitenciários (Sindapen) também se pronunciou sobre a morte do detento e disse que pode ter acontecido por ele fazer parte de uma facção rival, que dominava a cela e o pavilhão em que ele se encontrava.
O presidente do Sidapen, Kleyton Anderson, falou que esse tipo de morte é difícil de ser evitada.
“Essas mortes são difíceis de evitar, pois ocorrem dentro dos módulos. Tenho certeza que dificultaria muito essas ações se nosso efetivo fosse muito maior do que é hoje. E fosse investido em equipamentos para fazermos melhores revistas nas celas a fim de evitar esse tipo de coisa”, ressalta Kleyton.
O Sindapen afirma que o ato ocorrido lembra a prática adotada por facções criminosas em unidades prisionais de vários Estados ocorridas no início do ano.
Kleyton acredita que o propósito dos responsáveis pela morte de Carlos Júnior seria exterminar seis detentos.
No entanto, segundo ele, os agentes penitenciários conseguiram salvar os outros cincos, que teriam gritado pedindo socorro.
Para o Sindapen, o grupo que seria morto integra uma facção criminosa que domina o Rio de Janeiro, enquanto a outra nasceu em presídios de São Paulo.
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