Nos últimos dez dias, as forças de segurança de alagoas prenderam 15 suspeitos de homicídio nas cidades de Maceió e Rio Largo. Entre os casos mais destacados estão o assassinato de João Vitor Dantas Vasconcelos, então com 21 anos, ocorrido em março deste ano no bairro do Pontal da Barra em Maceió, e o do morador de rua em Rio Largo, ocorrido no último dia 15 de agosto.

Em entrevista coletiva realizada na manhã desta terça-feira (29), na sede da Secretaria de Segurança Pública (SSP), os delegados Fábio Costa, coordenador da Delegacia de Homicídios, e Rubens Martins, do 24º Distrito Policial de Rio Largo, explicaram o que as investigações já detectaram.

PONTAL

O caso de João Vitor Dantas Vasconcelos envolveu premeditação e pessoas de classe média, entre eles um professor de estabelecimentos de ensino particulares, Thiago Fernando Fonseca Lima. Segundo o delegado Fábio Costa, ele e Hugo Marcel Marques Félix, Valmir Vieira dos Santos e Bruno Ricardo Santos Amorim tramaram a morte de João Vitor. De acordo com a polícia, por motivo torpe.

Thiago Fernando e Hugo Marcel convidaram a vítima para fumar maconha no bairro do Pontal – o irmão e um amigo de João Vitor também estavam presentes. Na ocasião, um homem chamado Jonatas Santos da Silva apareceu e simulou um assalto.

“Na hora, o tal do Jonatas disse que João Vitor era membro de uma facção criminosa rival e disparou dois tiros em sua cabeça”, relata Fábio Costa.

Quem levou Jonatas até o local foram, segundo o delegado, Valmir Vieira e Bruno Ricardo. Não há indícios de pagamento para a realização do assassinato. “Ao que consta, Jonatas fez por amizade aos quatro envolvidos, já que o Thiago seria traficante de drogas químicas em festas de classe média”.

De todos eles, Valmir Vieira, Bruno Ricardo e Hugo Marcel, que são estudantes universitários, estão foragidos. Dos cinco, apenas Jonatas é de camada social mais baixa.

RIO LARGO

No último dia 15 de agosto, um morador de rua foi torturado, arrastado por um carro e teve seu corpo queimado por diversas pessoas da cidade devido à acusação falsa de estupro. Segundo o delegado Rubens Martins, a vítima sofria de transtornos mentais e, por vezes, anda sem roupa pelas ruas.

“Nenhuma suposta vítima dele jamais realizou denúncia de estupro e também ouvimos cerca de dez pessoas sobre isso. Ele não era estuprador. Isso foi um boato que foi crescendo até ocorreu seu assassinato”, comenta o delegado de Rio Largo.

Foram presos pela polícia Geovani Paes da Silva, que transportou o morador de rua, José Francisco Nascimento da Silva e Robert Jonatas da Silva Felix, ambos mototaxistas.

De acordo com o delegado, Geovani Paes alega ter sido obrigado a participar do crime. E o envolvimento de mais pessoas está sendo investigada através de um vídeo do ato contra o morador de rua que foi divulgado nas redes sociais.

DEMAIS CASOS

Dos outros casos em que os suspeitos de homicídio foram presos, em boa parte os indícios são de brigas entre facções criminosas em Alagoas. Um dos casos mais recentes foi a morte de duas pessoas na praia de Ponta Verde. O crime ocorreu em março deste ano e as vítimas foram Alisson Ricardo dos Santos e Pedro Henrique da Silva Sancho. O autor dos disparos, segundo a polícia, foi Eduardo Alves da Silva, conhecido como “Dudu”.

Na época, Eduardo não teria cometido o crime sozinho e, sim, com mais três pessoas, que já foram presas pelas forças de segurança pública do estado.