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Protestos pró-Palestina se espalham pelas universidades americanas

Por G1 27/04/2024 14h02
Protestos pró-Palestina se espalham pelas universidades americanas
Faixa colocada em acampamento na Universidade Columbia, em Nova York, manifesta solidariedade aos palestinos de Gaza - Foto: AP

Há mais de uma semana, uma onda de protestos atinge algumas das universidades de maior prestígio dos Estados Unidos, como Columbia, Harvard e Yale. Os manifestantes são contra a atuação de Israel na guerra contra o grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza — e pedem para que as instituições de ensino cortem laços com Israel e também com empresas que, segundo os alunos, viabilizam a guerra.

O epicentro desse movimento é a Universidade Columbia, em NY, onde há um acampamento de ativistas com bandeiras palestinas e mensagens de solidariedade a Gaza.

Parte da comunidade universitária se incomodou com os protestos: alunos e professores judeus afirmam que as manifestações têm se tornado antissemitas, e que eles têm medo de pisar nos campi.

Shai Davidai, um professor da faculdade de administração da Universidade Columbia, em Nova York, afirmou que foi impedido de entrar em uma parte do campus. Davidai é um judeu israelense americano

As reitorias de diversas universidades americanas chamaram a polícia, e houve cerca de 500 prisões. Segundo o jornal inglês The Guardian, houve protestos em mais de 40 universidades até a sexta-feira (26). A agência de notícias Associated Press, dos EUA, relata prisões em 11.

Em um ano de eleições presidenciais, o conflito entre manifestantes, reitorias e opositores já virou tema para o embate entre os dois candidatos: Donald Trump, do Partido Republicano, e o atual presidente Joe Biden, do Partido Democrata.

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As manifestações são importantes porque ocorrem em universidades de ponta e com muita visibilidade, afirma Paulo Velasco, professor de política internacional da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e da Casa do Saber.

A questão para Joe Biden é que ele depende do voto de pessoas mais jovens, que são mais inclinadas a votar em candidatos mais à esquerda. No entanto, a política externa do atual governo desagrada a esse eleitorado, afirma Velasco.