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No Irã, manifestantes fazem segundo dia de protestos contra o governo
Atos públicos começaram no sábado (11), após governo do país admitir que havia derrubado avião em Teerã por engano.
“Eles estão mentindo ao dizer que o nosso inimigo são os Estados Unidos, nosso inimigo está aqui mesmo”, afirmou um grupo de manifestantes do lado de fora de uma universidade em Teerã, de acordo com vídeos publicados em redes sociais.
Publicações mostravam concentrações em uma outra universidade, a caminho de uma praça da cidade, chamada de Liberdade. Os vídeos também mostram atos em outros municípios.
Alguns meios de comunicação ligados ao governo noticiar as manifestações, que começaram com o anúncio, feito no sábado, do erro dos iranianos ao derrubar o avião e causar 176 mortes.
Moradores de Teerã relataram à Reuters que a polícia estava mais presente neste domingo (12).
A tropa de choque jogou bombas de gás no sábado (11) quando participantes dos atos começaram a contar “morte ao ditador” –uma referência ao aiatolá Ali Khamenei.
“Peça desculpas e renuncie”, publicou o jornal moderado “Etemad Daily” neste domingo (12).
Em novembro do ano passado houve uma onda de protestos contra as autoridades, que foi reprimida pelo governo. Os líderes precisam lidar com uma economia com problemas derivados das sanções impostas pelo EUA.
O presidente americano, Donald Trump, escreveu em uma rede social: “Aos líderes do Irã –não matem seus manifestantes. Milhares já foram mortos ou encarcerados por vocês, e o mundo está observando”.
O avião da Ukraine International Airlines foi derrubado minutos depois de decolar na quarta-feira (8), quando as forças iranianas estavam em alerta para uma represália dos americanos depois de atacar bases no Iraque.
Muitas das vítimas eram iranianos com cidadania dupla: havia 57 que tinham passaportes canadenses.
“Vingança”Um comandante disse que ele havia relatado às maiores autoridades do país a causa da queda do avião. No entanto, os iranianos só admitiram que eles mesmos tinham derrubado a aeronave no sábado (11).
Houve pedidos de desculpas: o presidente do Irã disse que foi um erro desastroso e pediu desculpas.
O comandante da Guarda Revolucionária, Hossein Salami, disse que “estamos mais abalados do que ninguém com o incidente”. Um outro líder militar afirmou que não era intenção deles esconder a causa da queda do avião.
No entanto, outros afirmaram que os inimigos do Irã (uma forma de se referir aos EUA) estavam explorando o acidente.
“Os inimigos do Irã querem se vingar da Guarda por um erro militar”, disse Ali Shirazi, o representante de Khamenei nas Forças Quds, uma unidade de elite.
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