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'EUA atuaram para parar guerra, não para começar uma’, diz Trump sobre morte de general

Presidente norte-americano também afirmou que país não busca uma mudança de regime no Irã após o ataque que matou Qassem Soleimani

Por G1 03/01/2020 22h05
'EUA atuaram para parar guerra, não para começar uma’, diz Trump sobre morte de general
Reprodução - Foto: Assessoria
O presidente dos Estados Unidos, Donald trump, afirmou na tarde desta sexta-feira (3) que morte do general iraniano Qassem Soleimani foi ação necessária para "conter o terror", e que a intenção do país norte-americano não é a de começar uma nova guerra no Oriente Médio. "Agimos ontem à noite para parar uma guerra, não tomamos medidas para iniciar uma guerra.", afirmou Trump em seu primeiro pronunciamento sobre a morte do general iraniano. "Não procuramos mudanças de regime [no Irã]", disse o presidente. "No entanto, a agressão do regime iraniano na região, incluindo o uso de pessoas para desestabilizar seus vizinhos, deve terminar, e deve terminar agora", completou. Qassem Soleimani era considerado o segundo homem mais importante do Irã. Líder da Força Al Quds, unidade especial da Guarda Revolucionária, o comandante morreu nesta quinta-feira (2) em um bombardeio ordenado por Donald Trump, em Bagdá, no Iraque. O Pentágono confirmou o bombardeio no mesmo dia e disse que a ordem partiu do presidente Donald Trump. Em nota, o órgão culpou Soleimani por mortes de americanos no Oriente Médio e afirmou que o objetivo foi deter planos de futuros ataques iranianos. Durante o pronunciamento, o republicano justificou que "Soleimani tem praticado atos de terror para desestabilizar o Oriente Médio nos últimos 20 anos. O que os Estados Unidos fizeram ontem deveria ter sido feito há muito tempo." "Recentemente, Soleimani liderou a brutal repressão de manifestantes no Irã, onde mais de mil civis inocentes foram torturados e mortos por seu próprio governo", justificou Trump a morte do general iraniano. "O mundo é um lugar mais seguro sem esses monstros", disse Trump, afirmando que os EUA está pronto para agir sempre que for "necessário para proteger os americanos". Veja parte do pronunciamento de Donald Trump: "Os Estados Unidos têm de longe as melhores forças armadas, em qualquer lugar do mundo. Temos a melhor inteligência do mundo. Se os americanos em qualquer lugar forem ameaçados, já temos todos esses alvos completamente identificados e estou pronto e preparado para tomar as medidas necessárias. E isso, em particular, refere-se ao Irã. Sob minha liderança, destruímos o califado territorial do ISIS e, recentemente, as Forças de Operações Especiais americanas mataram o líder terrorista conhecido como al-Baghdadi. O mundo é um lugar mais seguro sem esses monstros. Os Estados Unidos sempre buscarão os interesses de pessoas boas, grandes pessoas, grandes almas, enquanto buscam paz, harmonia e amizade com todas as nações do mundo." Logo após o pronunciamento, Trump falou em um evento para religiosos e pastores e afirmou que os EUA são uma "nação de paz e amor", mas que o ocorrido esta semana em Bagdá "é um aviso aos terroristas: se vocês têm amor a sua vida, não ameacem a vida do povo americano". "Estamos defendendo nossos direitos constitucionais, mas também a nossa religião", disse o republicano, se referindo à comunidade evangélica americana. Escalada de tensão A morte do general Qassem Soleimani, um dos homens mais poderosos do Irã, marca mais um capítulo da escalada de tensão entre os governos iraniano e norte-americano. Enquanto líderes iranianos falam em "vingança", a embaixada dos Estados Unidos em Bagdá pede aos cidadãos norte-americanos que estão no Iraque que deixem o país o mais rápido possível, por via aérea ou terrestre. Desde o fim de outubro, militares e diplomatas americanos foram alvo de ataques, e em dezembro passado, um funcionário dos EUA morreu em um bombardeio com foguetes. A crise subiu de patamar na terça (31), quando milicianos iraquianos invadiram a embaixada americana em Bagdá. Trump acusou o Irã de estar por trás da ação e prometeu retaliação. De acordo com o Pentágono, Soleimani teria aprovado os ataques à embaixada. A invasão da embaixada foi uma resposta a um ataque americano na fronteira com a Síria que matou 25 combatentes das Forças de Mobilização Popular do Iraque no dia 29 de dezembro.