Mundo
Palestinos são mortos em protestos contra EUA após votação sobre Jerusalém na ONU
Protestos vêm ocorrendo diariamente desde o anúncio de Trump
Uma resolução aprovada na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) na quinta-feira que rejeitou a declaração feita pelo presidente norte-americano, Donald Trump, sobre Jerusalém em 6 de dezembro foi pouco para acalmar a revolta palestina com a reversão de décadas de política externa dos EUA a respeito da cidade sagrada disputada. Milhares de manifestantes palestinos, muitos deles atirando pedras, confrontaram forças de segurança israelenses ao longo da cerca da fronteira de Gaza, em todas as sete cidades da Cisjordânia ocupada e em Jerusalém Oriental. Em Belém, segundo a tradição o berço de Jesus, via-se fumaça de pneus em chamas nas ruas a dois dias das comemorações do Natal.
Disparos de israelenses mataram dois palestinos em um confronto no sul da Faixa de Gaza, informou um porta-voz do Ministério da Saúde palestino, estimando o número de feridos em 40, metade deles alvejados com munição real e o resto com balas de borracha. Outros foram vítimas de gás lacrimogêneo. Em um comunicado, os militares de Israel disseram que cerca de dois mil palestinos enfrentaram as tropas na cerca da divisa com Gaza e que a multidão atirou pedras e rolou pneus em chamas na direção dos soldados, que reagiram com medidas de “dispersão de tumultos” e “usaram munição real seletivamente contra os principais instigadores”. Os manifestantes gritavam “Trump é um covarde, Trump é um tolo”. Entre os feridos havia um homem fantasiado de Papai Noel. Autoridades de saúde palestinas disseram que ao menos um palestino sofreu um ferimento de munição real na Cisjordânia e que cerca de 30 manifestantes foram atingidos por balas de borracha. Os militares, calculando o número de manifestantes em cerca de 1.700 e os feridos em seis, afirmaram que as tropas enfrentaram coquetéis molotov, pedras e pneus em chamas.
Os protestos vêm ocorrendo diariamente desde o anúncio de Trump. Na quinta-feira a Assembleia Geral da ONU aprovou uma resolução pedindo que os EUA desistissem do reconhecimento de Jerusalém, uma cidade reverenciada por judeus, muçulmanos e cristãos, como capital do Estado judeu. Israel considera Jerusalém como sua capital eterna e indivisível e quer todas as embaixadas na cidade. Os palestinos querem a capital de um futuro Estado independente no setor oriental de Jerusalém, que os israelenses capturaram na Guerra dos Seis Dias de 1967 e anexaram, uma ação jamais reconhecida internacionalmente. A maioria das nações encara o status de Jerusalém como uma questão a ser resolvida em um eventual acordo israelo-palestino, embora o processo esteja emperrado atualmente.
Nove países votaram contra a resolução, 35 se abstiveram e 21 não votaram. O Brasil foi um dos que 128 que votaram a favor da medida.
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