Mundo
Mulher de tripulante de submarino argentino diz ter sido alvo tentativa de agressão
'Se sentiram ofendidos porque eu estou dizendo que estão mortos', diz Itatí Leguizamón
Itatí Leguizamón, a mulher de um dos 44 integrantes do submarino argentino ARA San Juan desaparecido no Oceano Atlântico desde o dia 15 deste mês, disse nesta segunda-feira (27) que parentes de outros tripulantes a insultaram e tentaram agredi-la depois de ela ter dito em uma programa de TV que todos os que estavam na embarcação morreram.
"Eles não gostaram porque supostamente eu usei a palavra 'viúvas'. Não me lembro de ter dito. Eles querem que os respeite, porque acreditam que vão encontrar [os tripulantes do submarino]. São tão ignorantes de acreditar nisso", afirmou Itatí Leguizamón, que é esposa do operador de sonar Germán Oscar Suárez, em entrevista em Mar del Plata, base do submarino e aonde ele devia ter chegado há mais de uma semana.
"Se sentiram ofendidos porque eu estou dizendo que estão mortos", acrescentou. "Cada um pode pensar o que quiser, mas porque querem me agredir se eu estou passando pela mesma dor? Se eles não querem aceitar é problema delas. Cada um acredita no que quer", sentenciou.
Submarino militar argentino ARA San Juan é visto deixando o porto de Buenos Aires (Foto: Armada Argentina / Reuters)
A jovem, de 30 anos, contou que ao tentar entrar na Base Naval, onde dezenas de familiares aguardam notícias acompanhados por equipes de psicólogos, ela foi insultada por "várias pessoas" e que sua mãe e cunhada impediram que os familiares a agredissem.
"Estava entrando, e veio uma mulher querendo me bater. Eu não vou retrucar. Se me baterem eu vou deixar. Não vou usar de violência. Se eles são violentos é um problema deles", ressaltou Itatí.
Segundo a moça, o submarino sofreu uma "implosão" e "não há qualquer chance de ter sobreviventes". Ela se baseia na informação fornecida pela Marinha argentina, de que no dia em que o submarino fez contato pela última vez houve um "evento consistente com explosão" em um local próximo à sua última localização conhecida.
A Marinha insiste em pedir cautela e diz que até o submarino ser encontrado não é possível fazer "conjecturas" a respeito do estado da tripulação. Equipes da Argentina e de outros 13 países participam dos trabalhos de busca.
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