Mundo
Presidente da Colômbia diz que não reconhecerá resultado de eleição na Venezuela
Juan Manuel Santos afirmou que a Constituinte no país tem origem ilegítima
O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, disse nesta sexta-feira (27) que não reconhecerá o resultado da eleição da Assembleia Constituinte na Venezuela, agendada para este domingo (29). O objetivo do pleito é aprovar pontos da Carta Magna do país.
Santos afirmou que a Constituinte tem "origem ilegítima" e, por esse motivo, ela não será reconhecida por seu país.
Ele também disse que continuará buscando uma solução pacífica para a Venezuela após cerca de quatro meses de tensão política e protestosque deixaram mais de uma centena de pessoas mortas, afirmou.
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, é conhecido por disparar provocações contra Santos, afirmando que ele é "escravo das normas internacionais do imperialismo".
O ministro das Finanças da Colômbia afirmou mais cedo na sexta-feira a uma estação de rádio local que seu país iria impor as mesmas sanções contra 13 atuais e ex-funcionários do governo da Venezuela anunciadas pelo governo dos Estados Unidos este semana.
Entre os alvos das sanções estão o ministro da Educação, Elías Jaua, e a presidente do Conselho Nacional Eleitoral, Tibisay Lucena. Os EUA também ameaçaram impor sanções àqueles que se unirem à Assembleia Constituinte.
Repressão a protestos
Nesta quinta, Maduro proibiu em todo o país manifestações que atrapalhem a eleição, mas a coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) pediu que os protestos prossigam até domingo, dia da votação. O governo ameaçou com prisão de cinco a 10 anos quem boicotar a ordem, medida rejeitada pela Anistia Internacional.
Opositores ao governo de Nicolás Maduro bloquearam as principais ruas de Caracas na sexta-feira, dois dias antes da eleição para a Assembleia Nacional Constituinte, convocada pelo presidente.
A recente onda de protestos deixou mais de 100 mortos na Venezuela. A Constituinte aumentou a tensão em um país polarizado e mergulhado - apesar de sua riqueza petroleira - em uma profunda crise, com uma inflação absurda e grave escassez de alimentos e remédios.
Maduro, cuja gestão é rejeitada por 80% da população, segundo o Datanálisis, assegura que a Constituinte garantirá a paz e a recuperação econômica.
Ele acusa seus adversários de tentar fazer um golpe de Estado com o apoio dos estados Unidos e que governo vizinhos da América Latina e da Europa estão sendo submissos ao "império".
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