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Caixas-pretas de avião da Chapecoense serão abertas na Inglaterra
Inglaterra tem tecnologia necessária para degravar dados sobre causas do acidente que matou mais de 70 pessoas
As caixas-pretas de dados e voz do avião RJ-85, que caiu em El Gordo, próximo a Medellín, na Colômbia, matando parte do time do Chapecoense, serão abertas na Inglaterra, cujo órgão de investigação oficial será responsável pela abertura e degravação de ambas.
No final da tarde desta quarta-feira (30), chegarão à Colômbia investigadores da Bolívia, Brasil, Inglaterra e do National Transportation Safety Board (NTSB) , órgão oficial de investigação dos EUA. Será formado um time participará da abertura das caixas-pretas junto com investigadores do Griaa (Grupo de Investigação de Acidentes e Incidentes Aéreos) da Colômbia.
A Inglaterra ofereceu o seu laboratório do AAIB (Escritório Oficial de Investigação de Acidenes Aéreos), que apura tragédias civis aeronáuticas, para abrir as caixas-pretas, porque possuem a tecnologia necessária para abrir as caixas-pretas, que são antigas e de difícil abertura, apesar da Colômbia e do Brasil possuírem laboratórios novos e de excelência no cenário internacional para abertura e leitura das informações com precisão e sem ruídos.
As caixas-pretas foram encontradas no local do acidente em perfeito estado. Uma aeronave da companhia aérea Viva Colômbia desviou para o aeroporto José María Córdova, em Medéllin, e pediu prioridade no momento em que o avião RJ-85 com a equipe do Chapecoense, da empresa aérea LaMia, também pediu prioridade. A falta de combustível é uma das principais probabilidades de causa da tragédia até o momento.
A aeronave é fabricada pela companhia britânica British Aerospace em parceria com a BAE Systems e a Avro International, e deixou de ser fabricada em 2001. Ela tinha originalmente o nome British Aerospace 146 (BAe 146) e sofreu aperfeiçoamentos para se passar a chamar AR a partir de 1992. A aeronave do time do Chapecoense usava tinha 17 anos e 8 meses.
Caixas-pretas do avião que levava a Chapecoense (Foto: Reprodução/Twitter/Aeronautica Civil)
O G1 questionou o órgão oficial que está realizando a apuração da tragédia na Colômbia sobre a leitura das caixas-pretas, a AeroCivil, e aguarda retorno.
Causas da tragédia
Alfredo Bocanegra, diretor da Aeronáutica Civil colombiana, afirmou nesta quarta para a imprensa colombiana que a falta de combustível é uma das causas investigadas para o acidente. Ele também comentou um áudio que circula nas redes sociais da entrevista de um piloto da empresa aérea Avianca que relatou ter ouvido o pedido do piloto do Chapecoense de que estava em emergência devido à falta de combustível.
Segundo o piloto da Avianca, Juan Sebastián Upegui, que estava em uma rota próxima ao voo da Chapecoense e afirmou ter ouvido o diálogo entre o piloto da aeronave da LaMia e a torre de controle do aeroporto colombiano de Rionegro, perto de Medellín, enquanto uma aeronave da Viva Colômbia estava pousando, o piloto do voo da Chapecoense disse: "solicitamos prioridade para aterrissar, temos problemas de combustível. Mas, nesse momento, ele não se declarou em emergência”.
Na sequência, segundo Upequi, a controladora de voos do Aeroporto de Rionegro afirmou ao piloto da LaMia: "temos um problema, um avião está aterrissando em emergência".
Ainda de acordo com o copiloto da Avianca, a controladora de Rionegro pediu à tripulação do voo da Avianca 9256 que virasse à esquerda, quando o piloto de LaMia passou por eles a toda.
"Quando ele [piloto da LaMia] iniciou a descida, declarou-se em emergência. Começou a dizer que tinha falha elétrica total e pediu vetores [rota mais rápida para aterrissar] para proceder [a descida]. Ajuda, vetores para alcançar a pista, repetiu", disse o tripulante da Avianca.
No local da tragédia não foi encontrado combustível na aeronave, que se chocou contra as montanhas após ir perdendo velocidade e altitude constantemente. Antes, o avião deu duas voltas no ar, em uma posição de espera.
Segundo Bocanegra, o áudio é um elemento testemunhal na investigação. Ele afirmou ainda à Blu Rádio colombiana que pilotos e companhias podem ser sancionadas por alegar emergência por falta de combustível.
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