Uma equipe da Polícia Científica realizou, na quinta-feira (15), uma perícia técnico-científica em uma área atingida por incêndio florestal e desmatamento ilegal na zona rural do município de Água Branca. A ação foi conduzida pelos peritos criminais Jana Kelly, Nathalia Gonzaga e Lincoln Machado, da Seção de Perícias de Crimes Ambientais do Instituto de Criminalística, com a presença do perito-geral adjunto, Wellington Melo.

Durante os trabalhos, os peritos utilizaram uma aeronave remotamente pilotada (drone) para captar imagens aéreas da área afetada. O material será processado digitalmente para a produção de uma ortofoto — representação cartográfica de alta precisão, essencial para medições detalhadas da superfície impactada. As imagens também serão analisadas em conjunto com dados da Plataforma Brasil Mais, com o objetivo de estimar a temporalidade e a extensão dos danos ambientais.

No local, foram identificadas diversas evidências de crimes ambientais, incluindo corte de árvores nativas, destruição de criadouros naturais de abelhas e queima extensiva de vegetação. A perícia também apontou a provável origem do fogo e sua propagação para propriedades vizinhas, onde foram constatadas perdas significativas, como a destruição de sistemas de irrigação e culturas frutíferas.

Toda a área impactada está inserida no bioma Caatinga, e compreende uma Área de Proteção Permanente (APP), com presença de nascentes e vegetação de alta relevância ecológica. A atuação da perícia ambiental é essencial para quantificar os danos, identificar suas causas e subsidiar investigações e processos judiciais com base técnica e científica.

Segundo os peritos, o trabalho realizado em Água Branca é particularmente importante devido à singularidade do bioma Caatinga — o único exclusivamente brasileiro —, que abriga ecossistemas frágeis e espécies adaptadas a condições climáticas extremas. A perícia contribui não apenas para a responsabilização dos envolvidos, mas também para a recuperação ambiental e preservação da biodiversidade local.