Interior
Minérios no agreste alagoano têm mais de 2 milhões de anos
Jazidas de ouro e cobre em Craíbas, Arapiraca e Igaci foram formadas durante período Paleoproterozóico

O mapa mais atualizado do Serviço Geológico do Brasil (SGB) revela que as jazidas de cobre, ouro e ferro, em Alagoas, só existem nos municípios de Craíbas, Arapiraca e Igaci, na Região Agreste.
Os estudos revelam cinco ocorrências nos três municípios alagoanos. Ainda de acordo com o mapa geológico e mineral, as jazidas foram formadas entre 2 e 2,3 milhões de anos atrás, no Período Paleoproterozóico.
As jazidas foram criadas e formadas por fenômenos naturais como terremotos e vulcões. Esses fenômenos fizeram com que o cobre e ouro que inicialmente se encontravam debaixo de terra passassem a existir perto da superfície, com a profundidade mínima de 30 e máxima de 500 metros.
A reportagem da Tribuna Independente procurou o geólogo José Roberto Vieira Lima, da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente, em busca de mais informações acerca do processo de formação da riqueza mineral presente em regiões profundas das terras do Agreste.
O geólogo diz que o cobre e o ouro estão presentes em rocha magmática do tipo Máfica ou Ultramáfica, que depositam os minerais após derramamento vulcânico, ocorrido milhões de anos no passado do planeta.
“Esse tipo específico de rocha é hospedeira dos sulfetos de cobre”, acrescenta José Roberto Vieira de Lima.

O estudioso adianta que as primeiras pesquisas realizadas em terras da região ocorreram na década de 1960. A partir do ano de 1988, a empresa Docegeo, subsidiária da Vale do Rio Doce, investiu em novos estudos, que se estenderam até o ano de 2007, com a concessão para a empresa canadense Aura Minerals, que, por sua vez, passou a lavra para a Mineração Vale Verde (MVV).
Desde o ano de 2021 que a empresa vem operando a mina a céu aberto e com a planta de processamento de cobre no Povoado Serrote da Laje, retirando o mineral do solo profundo em Craíbas.
A MVV está em vias de ser adquirida pelo grupo chinês Baiyin Nonferrous pelo valor estimado de R$ 2 bilhões.
A mina tinha reservas iniciais confirmadas em 52,7 milhões de toneladas de minério de cobre, mas esse número pode aumentar significativamente nos próximos anos, com os novos estudos e pesquisas e a possibilidade da descoberta de novas jazidas na região, sobretudo em Arapiraca e no município de Igaci, mais precisamente no Povoado Caboclo.
No ano passado, a Mineração Vale Verde, em Craíbas, fez 25 embarques de minério de cobre para outros países, totalizando 74 milhões de quilos de minério de cobre para a China, Índia, Finlândia e Polônia.
Pesquisas na região podem indicar novas reservas
Em janeiro de 2025, a empresa realizou seu primeiro embarque do ano com 9,3 mil toneladas secas (dmt) de concentrado de cobre, consolidando mais uma etapa de sua operação de exportação pelo Porto de Maceió.
No total, ainda de acordo com informações da empresa, mais de 300 mil toneladas de concentrado de cobre já foram exportadas para o exterior.
Novas áreas
Com base nos mapas atualizados da Agência Nacional de Mineração (ANM), sete processos já aprovados e autorizados podem estender a atividade mineradora em Craíbas e cobrir mais de 50% do território do município localizado no Agreste de Alagoas.
Craíbas tem uma área total de 278,9 km quadrados e as novas autorizações para pesquisa mineral incluem 134 km quadrados, o que corresponde a 48,6% do território do município.
Os estudos fazem parte do processo de levantamento e avaliação do potencial mineral da região, alinhando-se às diretrizes da Agência Nacional de Mineração (ANM). A MVV, que já possui atuação consolidada na exploração de cobre em Alagoas, busca identificar novas áreas com potencial econômico para futuras atividades extrativistas.
O avanço dos estudos da MVV na região reforça o interesse mineral no subsolo craibense, especialmente em um momento de crescente demanda por recursos minerais no Brasil e no mundo. A ampliação dessas pesquisas poderá indicar novas reservas e oportunidades para o setor mineral, além de impactar diretamente a economia local.
A autorização concedida para esses estudos possibilita a realização de levantamentos geológicos detalhados, análises de solo e outras atividades técnicas essenciais para avaliar o potencial mineral da região.
Segundo especialistas, esse tipo de mapeamento é fundamental para entender a viabilidade de futuras operações de extração e seu possível impacto ambiental e social.
No entanto, o avanço da pesquisa mineral também levanta debates sobre os impactos socioambientais da mineração em larga escala. Moradores e ambientalistas destacam a necessidade de um planejamento que leve em conta a sustentabilidade e a preservação dos recursos naturais da região.
Incerteza na geopolítica valoriza o ouro
O ouro superou os US$ 3 mil pela primeira vez na história, impulsionado por incertezas geopolíticas e medidas econômicas nos EUA. Em tempos de instabilidade, o metal brilha como refúgio, assim como o dólar. Mas quem perdeu essa alta ainda pode ainda ter uma oportunidade: investir em ações de mineradoras de ouro. Por quê?
Historicamente, as ações dessas companhias tendem a seguir o preço da commodity, embora com certa defasagem. Esse atraso é influenciado por fatores como custos de extração, questões regulatórias, desempenho financeiro e desafios de gestão. Após períodos de valorização do ouro, elas costumam reagir de forma mais intensa, superando os ganhos da própria commodity.
Os movimentos trimestrais positivos no preço do metal precioso se traduziram, em média, em desempenho superior das ações de ouro com um múltiplo de 1,96x. No entanto, esse cenário de alta superior só ocorre em períodos de valorização do ouro. Quando o preço do metal cai, esses papéis tendem a recuar com ainda mais intensidade. Movimentos trimestrais negativos no valor da commodity, por exemplo, resultaram em um desempenho médio 5,04 vezes pior para as ações do setor aurífero.
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