Interior
Arena do Empoderamento: Juizado da Mulher de Arapiraca apresenta suas atividades
Magistrada Clarissa Mascarenhas enalteceu o trabalho de assistência social e psicologia oferecido no Juizado
O Juizado da Mulher de Arapiraca promoveu uma roda de conversa com os atores envolvidos no trabalho da unidade, nesta sexta-feira (18), durante a “Arena do do Empoderamento Feminino”. O evento é realizado pelo Judiciário de Alagoas no Arapiraca Shopping.
A conversa contou com a participação da juíza titular do Juizado, Clarissa Mascarenhas, da equipe multidisciplinar da unidade e representantes da Defensoria Pública e do Ministério Público. Cada um explicou seu papel para garantir a proteção das mulheres que procuram a Justiça.
A magistrada Clarissa enalteceu o trabalho de assistência social e psicologia oferecido no Juizado. “Normalmente a assistente social e as psicólogas fazem um relatório que traz a situação da casa, a dinâmica da casa, para que a gente tenha uma percepção maior do que é possível naquele momento da audiência. O trabalho delas é muito importante pra gente”.
A servidora Gleyce Oliveira apresentou dados de uma pesquisa realizada com base nos processos de medida protetiva de 2022. Ela destacou que 92% dos casos incluem a alegação de violência psicológica, 64% relatam violência moral e 41% incluem agressão física.
"Os dados oferecem uma visão mais ampla das medidas protetivas do ano de 2022, permitindo traçar estratégias para o enfrentamento da violência doméstica e familiar de Arapiraca\", afirmou a servidora.
Para Clarissa Mascarenhas, as medidas protetivas são um mecanismo legal imprescindível ao enfrentamento da violência doméstica. “Essas medidas obrigam os homens a ficarem distantes das mulheres, obrigam a não entrar em contato, e as mulheres começam a se sentir um pouco mais seguras”.
A roda de conversa teve ainda a participação de Helena, uma mulher atendida pelo Juizado, que relatou sua história de superação. Ela contou o ponto de inflexão a partir do qual conseguiu se impor contra o ciclo de violência se deu quando sua filha comentou sobre o comportamento abusivo do pai.
“Minha filha é uma criança e já estava percebendo a dimensão daquilo. Eu vivi isso aqui, mas não quero que os meus filhos vivam de jeito nenhum. Então, foi por eles, não foi por mim. Eu não tinha força. Mas a mãe Helena tinha. Quando você tem uma rede de apoio que diz ‘a gente tá aqui e a gente tá com você’, aí fica muito mais fácil realmente se afastar definitivamente daquele ciclo de doença que a gente é colocada”, relatou Helena.
O evento
A Arena teve apresentações musicais, oficinas profissionalizantes e rodas de conversa sobre violência doméstica, rede de apoio e o protagonismo feminino como instrumento de transformação. Mulheres vítimas de violência tiveram acesso a orientação jurídica.
Foram oferecidos testes de glicemia, HIV, Sífilis e Hepatites. Houve encaminhamento para mamografia, aferição de pressão e espaço para doação de sangue. Ainda na área de saúde, foram prestadas orientações sobre saúde bucal, dengue, tabagismo, assédio materno no ambiente de trabalho e assédio moral.
Houve também serviços do Cadastro Único e emissão de documentos, como CPF, Título de Eleitor e Carteira de Trabalho Digital, além de agendamento para a confecção do RG.
A ação é uma parceria entre Juizado de Violência Doméstica e Familiar de Arapiraca, Faculdade Cesmac do Agreste, Ordem dos Advogados (Subseção Arapiraca), Polícia Militar (Patrulha Maria da Penha), Senac, Casa de Direitos de Arapiraca, Secretarias Municipais de Saúde e Assistência Social, Hemoal e a instituição Mulheres do Brasil.
No dia 25 de agosto, a Arena do Empoderamento será montada em Maceió, na Creche Fúlvia Rosemberg, localizada na avenida Alice Carolina, s/n, na Cidade Universitária.
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