Interior

Riachos do Litoral Norte de Alagoas estão poluídos

Problema começa na capital alagoana e segue até o Riacho Persinunga, que divide os estados de Alagoas e Pernambuco

Por Claudio Bulgarelli com Tribuna Independente 31/08/2018 08h32
Riachos do Litoral Norte de Alagoas estão poluídos
Reprodução - Foto: Assessoria
A degradação ambiental do riacho Copaoba, que corta o município de Japaratinga, e que veio a tona nos últimos dias, através de denúncias de moradores e de ambientalistas, carrega junto um sério problema de poluição generalizada de quase todos os riachos do Litoral Norte de Alagoas. Começando por aqueles ao norte de Maceió, como o Riacho do Ferro, o Riacho de Jacarecica e o Riacho Doce, até o Persinunga, que divide Alagoas de Pernambuco, todos se encontram com suas águas contaminadas. O Riacho Copaoba, por exemplo, que corta o turístico município de Japaratinga, e que está em situação degradante, recebe a água de outro córrego, que está muito poluído. As águas sujas, que também cortam um manguezal, chama a atenção de pessoas e de motoristas que trafegam pela rodovia AL-101 Norte em direção a Maragogi. A situação se agrava nas proximidades da Rua Benedito Calaça, conhecida também como “Rua da Lama”, justamente por conta do esgoto que passa nas proximidades das residências. O mau cheiro, que afeta principalmente as crianças e os idosos, se agrava durante os períodos chuvosos. Mas o problema começa ainda em Maceió. Dois anos atrás o curso de pós-graduação em Recursos Hídricos e Saneamento da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), realizou um estudo que constatou que a toxicidade média do Riacho Águas do Ferro, que deságua no mar de Cruz das Almas, bem próximo dos únicos hotéis 5 estrelas da capital,  é duas vezes maior do que a toxicidade média do esgoto lançado pelo Emissário Submarino, instalado na Praia do Sobral, no bairro do Prado, em Maceió, e é o que apresenta maior toxicidade dentre os 11 riachos e lançamentos de esgotos da região metropolitana, inclusive o famoso Salgadinho. Depois do Riacho Águas do Ferro, em Cruz das Almas, o Riacho Jacarecica, em Jacarecica, o Riacho Doce, no bairro de Riacho Doce, e a foz do Rio Pratagy e do Rio Meirim,  seguindo em direção ao Litoral Norte, também apresentam altos índices de poluição. Em São Luiz do Quitunde, o Riacho Quitunde, que corta a rodovia AL-101 Norte, também está seriamente contaminado. E o trecho urbano do rio Manguaba, em Porto Calvo, que deságua em Porto de Pedras, também apresenta elevado índice de contaminação. Mas até a bela Maragogi abriga rios que estão seriamente contaminados. Um deles, o Persinunga, que fica na divisa entre Alagoas e Pernambuco, reúne um dos trechos mais preocupantes, segundo avaliação de técnicos do Instituto do Meio Ambiente (IMA). Na Rota Ecológica, dois trechos urbanos cortados pelo rio Tatuamunha, além da própria foz, estão constantemente poluídos. Riachos que desaguam no Tatuamunha, na localidade Manibu, em Porto da Rua, São Miguel dos Milagres e no trecho urbano do povoado Lage, em Porto de Pedras, apresentam índices preocupantes, sobretudo por ser habitat do peixe boi marinho, animal em via de extinção e protegido por lei federal. Em relação ao riacho Copaoba, a prefeitura de Japaratinga recentemente fez um trabalho na localidade, mas o acumulo de lixo jogado pela população e o esgoto sem tratamento dificulta bastante uma solução. É comum ver crianças brincando próximo ao córrego poluído, o que aumenta o risco de doenças. O secretário municipal de Meio Ambiente, Paulo Sérgio Souza, disse que isso é um problema antigo, mas que a prefeitura está estudando uma alternativa para solucionar o problema.