Interior

Lavouras urbanas produzem alimentos

Chegada do período chuvoso anima agricultores em Arapiraca, que aproveitam espaços na própria cidade

Por Davi Salsa – Sucursal Arapiraca 02/06/2018 12h12
Lavouras urbanas produzem alimentos
Reprodução - Foto: Assessoria
A chegada do período chuvoso está animando dezenas de agricultores urbanos, que aproveitam os terrenos baldios, na periferia da cidade de Arapiraca, para fazer pequenas lavouras, produzir alimentos e ajudar no sustento de suas famílias. As minilavouras podem ser vistas, por exemplo, no bairro Baixa Grande, onde os moradores limpam os terrenos - a maior parte de lotes para venda- e plantam milho, feijão verde e mandioca, além de pequenas hortas. São pessoas que já moraram no bairro e, juntamente com vizinhos, fazem uma espécie de consórcio urbano para a produção de alimentos. Um exemplo é o pedreiro Agapito Gomes da Silva, o “Seu Dedé”, de 72 anos. Apesar da idade, sozinho ele limpa a terra, prepara o solo e planta as sementes, que foram adquiridas no mercado público da cidade. Casado e pai de três filhos já adultos, Seu Dedé mora há 38 anos no bairro e cuida de sete minilavouras, nessa época do ano, em terrenos baldios localizados nas imediações de sua residência. A maior parte dos terrenos é do tamanho de um lote-padrão, com 12 metros de frente por 30 metros de fundos. Seu Dedé conta que comprou 12 quilos de sementes para o plantio, que foi iniciado há cerca de 20 dias. “A maioria desses terrenos está com placa de venda, e já fez alguns anos que a gente pede permissão aos donos para plantar milho, feijão verde e outras lavouras”, relata o agricultor urbano de Arapiraca. Para evitar lixo e entulhos, surgem plantações No lote vizinho, a dona de casa Rita da Silva, 54 anos, também iniciou o trabalho de preparo do solo, capinando o terreno e fazendo a própria roça. “Esses terrenos ficam sujos com lixo e entulhos o ano quase todo. Então, a gente aproveita o tempo chuvoso para limpar o chão e plantar os alimentos para depois comer”, relata. Os lotes de terra no perímetro urbano são transformados em verdadeiras lavouras, cuja produção é destinada, em sua maior parte, para o consumo de suas próprias famílias. O excedente da produção de milho e feijão verde é comercializado no bairro em que vivem. Seu Dedé acredita que a primeira colheita deve ocorrer no final deste mês ou início de julho. Ele espera armazenar 300 quilos de grãos nos sete lotes de terra transformados em minilavouras na periferia da cidade. Atualmente, o quilo do feijão verde é comercializado ao preço de R$ 3 no mercado e nas feiras livres da cidade. A tradicional ‘mão’ de milho com 50 espigas está sendo vendida a R$ 45. “Ano passado foi muito bom e tudo indica que o inverno será produtivo novamente. Esperamos que a chuva continue caindo pra gente colher muito milho e feijão”, declarou o agricultor urbano de Arapiraca.