Interior

Acusado de matar dois adolescentes e ocultar corpos é condenado a 37 anos de prisão

Réu deverá cumprir a pena em regime fechado e não poderá apelar em liberdade

Por Tribuna Hoje com assessorias 07/02/2018 16h00
Acusado de matar dois adolescentes e ocultar corpos é condenado a 37 anos de prisão
Reprodução - Foto: Assessoria
O réu Carlos Eduardo Alves dos Santos, acusado de matar e ocultar os corpos de dois adolescentes de 14 anos, em novembro de 2015, na cidade de Boca da Mata, foi condenado a 37 anos e seis meses de reclusão. A pena deverá ser cumprida em regime fechado. O júri popular de Carlos Eduardo, conhecido como “Pitoco”, ocorreu nessa terça-feira (6), no Fórum da Comarca, e foi conduzido pelo juiz Phillippe Melo Alcântara Falcão. “O réu ceifou a vida de dois adolescentes que tinham apenas 14 anos de idade na data do crime. Além disso, agiu por meio cruel, atingindo as vítimas com tantos golpes que resultaram na completa desfiguração de seus corpos", destacou o magistrado na leitura da sentença. Na sessão, os jurados acataram a tese do promotor Bruno Baptista e condenaram Carlos Eduardo por duplo homicídio qualificado, combinado com dupla ocultação de cadáver. A atuação do promotor de Justiça, Bruno Baptista, foi determinante para convencer o Conselho de Sentença e levar à condenação de Carlos Eduardo. O inquérito havia sido concluído sem o indiciamento pela dificuldade de serem encontradas provas que levassem à autoria material, mas um ato de cidadania da irmã dos criminosos foi responsável pela reviravolta no caso. Os adolescentes José Luan da Silva Bento e Tarciso Balbino da Silva teriam sido vítimas de uma “cocó”, atraídos para o local do crime para consumir drogas, e executados barbaramente pelos irmãos Santos a golpes de facão. “Eles praticaram dois crimes de homicídios qualificados, por motivo torpe, com uso de meio cruel e por emboscada. Além disso, ainda houve a ocultação de cadáver e, friamente, os assassinos continuaram em casa como se nada tivesse acontecido, até ficarem desconfiados com rondas de viaturas nas proximidades e resolverem fugir. E então veio a denúncia feita pela irmã, entramos em ação, a barbárie foi desvendada, e a condenação de um deles aconteceu”, afirma o promotor Bruno Baptista. Embora tal acusação tenha sido negada pelo réu, as vítimas teriam sido mortas por vingança, porque a elas era atribuída a responsabilidade do homicídio de um amigo dos acusados. Dos 37 anos e seis meses da pena aplicada, o juiz , baseado na Lei 12.736/2012, em detração aos 10 meses e 16 dias em que o réu esteve preso, fixou como o restante para cumprimento da pena 36 anos, sete meses e 14 dias de reclusão em regime fechado.

O caso

No dia 25 de novembro de 2015, a Polícia Civil foi informada do achado de dois corpos em estado de putrefação no cemitério da cidade. Chegando ao local foi confirmado que seriam os dois adolescentes desaparecidos. Após a execução eles foram colocados em gavetas de catacumbas que estavam abertas. Os adolescentes foram convidados para consumir drogas e lá assassinados.

Dois meses depois, a irmã dos criminosos foi até a delegacia e relatou que Carlos Eduardo e Eduardo Gomes, vulgo 'Hominho', que está foragido, eram os autores materiais do duplo homicídio. O condenado confessou o crime e apontou o irmão como comparsa.