Interior
Presidente do CAU/AL se reúne com secretário de planeamento para parcerias em Marechal
“Um dos projetos que pretendemos colocar em prática em Marechal Deodoro é a implantação de escritório modelo permanente que beneficiará a população que tanto necessita de orientação técnica. As cidades do mundo caminham para um futuro informal, esse é o simples fato que mais de um terço da população urbana vive em assentamentos com moradias precárias”, destacou.
O presidente do CAU/AL ressalta que 85% do que se constrói no Brasil se faz sem assistência técnica, dados levantados por uma pesquisa inédita encomendada pelo Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil em 2015 ao instituto Datafolha. “Os mais carentes não fazem arquitetura, eles fazem o que dá pra fazer. É só circular e olhar Maceió e nas outras cidades de Alagoas. A autoconstrução é tão danosa como o auto-medicamento, precisa ser combatida”. Enfatiza Maia.
Outro ponto bastante discutido na reunião foi a possibilidade do CAU/AL coordenar um grupo multidisciplinar de apoio a prefeitura na modernização e revisão do código de edificações de Marechal. “Temos que focar na forma de simplificar os trâmites de processos de licenciamento, compartilhar as responsabilidades entre o profissional que projeta para um cliente e o profissional que representa o órgão público, principalmente na análise de alvarás e licenças. Tem prefeituras que levam mais de um ano para aprovar um alvará de construção, isso estimula a irregularidade e a informalidade urbana. Perde o arquiteto, o cliente, a sociedade e a prefeitura por deixa de arrecadar”, pontuou o presidente do CAU/AL.
Segundo Heitor, com este tipo de aplicabilidade, o profissional responsável pelo órgão público deverá focar a análise nos parâmetros urbanísticos que incidem no lote, o que impacta na cidade, como por exemplo, a altura das casas, recuos, afastamentos, taxas de ocupação ou taxa de impermeabilidade do solo para garantir o escoamento das águas e a renovação dos lençóis freáticos, por exemplo. “Tudo o que for referente da porta do imóvel para dentro, como tamanho de cômodo, circulação interna e etc, ficará sob a responsabilidade do projetista, relação entre arquiteto e cliente. Caso o profissional de arquitetura falhe em pontos técnicos ou na observância de normas e legislação, o CAU certamente atuará”, explica o presidente.
Foi tratado, ainda, uma forma de dar agilidade aos processos e beneficiar profissionais e município com a implantação de uma espécie de alvará informatizado. “Num processo como este, com a possibilidade de requerer a licença por um sistema online, o profissional pode ganhar tempo sem a necessidade de se locomover até a cidade, podendo anexar documentos digitalizados e acompanhar o andamento do processo em tempo real. Além de ser ágil, desafoga o volume processos físicos na prefeitura e o fluxo de pessoas atendidas dentro da secretaria, focando os funcionários aonde realmente necessita. Com certeza, um grande avanço para a categoria”, finaliza.
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