Interior
Chuvas registradas nos últimos dias não amenizam seca em Santana do Ipanema
Agricultores comemoram com vídeo nas redes, mas ainda sofrem efeitos da escassez

As chuvas registradas nos últimos dias no Sertão de Alagoas não foram suficientes para amenizar a grave seca enfrentada na região. Um vídeo gravado na Zona Rural de Santana do Ipanema e divulgado nas redes sociais mostra o momento em que as chuvas começam a cair e a alegria dos moradores. No entanto, o volume não foi o bastante para encher os reservatórios.
Alguns sites de notícias locais repercutiram a comemoração dos agricultores. Mas o meteorologista da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), Vinícius Pinho explica que as precipitações registradas são típicas de Verão, não influenciando diretamente nos reservatórios.
“Resolver o problema não resolve de forma alguma. Apesar de terem sido registradas pancadas fortes, foram de curta duração. Como o solo está muito seco naquela região, boa parte dessa água acaba escoando de forma rápida e não serve para armazenar. Alguns barreiros, pequenos barreiros conseguiram armazenar um volume significativo de água. Mas não resolve de forma nenhuma. A gente precisaria de uma sequência de dias, com volumes grandes de chuvas para resolver essa situação”, reforça Pinho.
Para os próximos dias, não há previsão de chuvas, garante o meteorologista. A tendência é que a partir de abril a situação melhore. “Não existe perspectiva de volume grande de chuvas até abril. A perspectiva é que apenas a partir de 2018 tenhamos uma evolução no quadro e as reservas voltem a ser abastecidas”, afirmou ele.
O município teve a situação de emergência decretada em julho do ano passado pelo Estado. O Governo Federal reconheceu a crise dois meses depois, em setembro. Atualmente 77 cidades integram a lista do Governo Estadual de munícipios em situação de calamidade por conta da escassez hídrica e estiagem.
CALAMIDADE
O coordenador municipal da Defesa Civil em Santana do Ipanema, Marcelo Ferreira Gomes, relata o sofrimento da população da Zona Rural. Para ele, a situação é crítica e não existem soluções em curto prazo.
“O pessoal está precisando muito de água. Até água para o gado não está tendo. O abastecimento na Zona Rural é feito todo com carro-pipa. São doze carros-pipa e mesmo assim quando chegam nas comunidades, não dá 10 minutos e já não tem mais água. Têm alguns poços, mas a água não é suficiente ou é salgada e não dá para abastecer. Não vejo outra solução”, expõe Gomes.
A perda de lavouras tem comprometido também o comércio. Marcelo Gomes explica que a população rural, devido a prejuízos na safra e perda de animais, tem sido afetada economicamente.
“Tem gente desesperado, perdendo lavoura. O comércio fica comprometido e afeta a cidade. O comércio está acabando porque não tá vendendo nada. Não sei nem como eles estão fazendo para sobreviver”, detalha.
A seca em Santana do Ipanema atinge prioritariamente a Zona Rural, que depende da bacia hidrográfica da região para as atividades agropecuárias. Por conta da estiagem, o Rio Ipanema secou.
Na área urbana, a população não foi afetada, pois o abastecimento é mantido pela Companhia de Abastecimento e Saneamento de Alagoas (Casal). A água vem do Rio São Francisco por meio do Sistema Coletivo da Bacia Leiteira que abastece Santana do Ipanema e outros 18 municípios.
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