Interior

Fiscalização Preventiva Integrada apreende mais de 200 pássaros em Arapiraca

Animais foram resgatados em Arapiraca e encaminhados ao centro de triagem da força-tarefa

Por Assessoria / MP-AL 21/11/2016 11h02
Fiscalização Preventiva Integrada apreende mais de 200 pássaros em Arapiraca
Reprodução - Foto: Assessoria

A Fiscalização Preventiva Integrada do Rio São Francisco da Tríplice Divisa (FPI do São Francisco), por meio da equipe fauna, flagrou, na manhã desta segunda-feira (21), centenas de pássaros silvestres sendo comercializados ilegalmente na feira do município de Arapiraca, no Agreste de Alagoas. Eles foram resgatados e encaminhados ao centro de triagem montado especialmente para receber os animais que serão recolhidos ao longo dos 13 dias da força-tarefa.

O trabalho da FPI começou por volta das 05h da manhã e, dentre as espécies resgatadas, estavam Curió, Papa-Capim, Extravagante, Azulão, Galo de Campina, Rolinha e Sabiá. Grande parte dos animais apresentava sinais de maus tratos, segundo os técnicos. Além das aves, uma iguana foi encontrada.

Durante a ação, dois homens foram detidos, Luiz Carlos dos Santos e José dos Santos Silva. O Batalhão de Polícia Ambiental (BPA) lavrou um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO), já que os crimes de comércio ilegal, maus tratos e venda de animais silvestres são de menor potencial ofensivo.

O promotor de Justiça Alberto Fonseca, do Núcleo de Defesa do Meio Ambiente do Ministério Público Estadual de Alagoas (MPE/AL), afirmou que, apesar dos ilícitos não serem considerados graves, é importante coibir a venda ilegal das espécies silvestres para que as aves não sejam ameaçadas de extinção. "Esse é um dos objetivos da FPI, prevenir que os crimes já cometidos contra o meio ambiente se agravem ainda mais. Aqui temos espécies de  pássaros importantes para a fauna do Sertão e que podem entrar na lista vermelha do Ibama, que é aquela que mostra quais são os animais com risco de extinção", declarou.

Maus tratos

O que mais chamou a atenção da equipe da fauna foram os sinais de maus tratos em algumas aves. Parte delas tinha os bicos quebrados e feridas nas cabeças. Todas estavam sem água e comida em suas gaiolas. 

"Quando elas são apreendidas pelos traficantes e colocadas nas gaiolas, acabam se ferindo porque se debatem muito. Além disso, para não chamarem tanta atenção, os caçadores transportam os animais em gaiolas bem pequenas, que são comumente chamadas de viajantes. São mais de 10 pássaros se espremendo em um espaço minúsculo e isso acaba os machucando. E muitos deles morrem durante esse transporte", explicou um fiscal do Instituto do Meio Ambiente (IMA).