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Tostão e Vavá viveram drama de Gabriel Jesus e reagiram exatamente nas quartas de final

Camisa 9 da seleção tem cumprido papel tático importante na equipe comandada por Tite

Por Fred Soares com Esporte Interativo 06/07/2018 10h45
Tostão e Vavá viveram drama de Gabriel Jesus e reagiram exatamente nas quartas de final
Reprodução - Foto: Assessoria
Se a seleção brasileira é uma espécie de orquestra afinada nesta Copa do Mundo, Gabriel Jesus é o jogador que ainda não atingiu a afinação ideal. Dono da camisa 9, aquela destinada ao homem-gol, o centroavante do Manchester City ainda não marcou no torneio. Algo que preocupa, sem dúvida, afinal são quatro partidas disputadas. Por outro lado, o técnico Tite procura exaltar a importância tática do jogador. - Artilheiro vive de fazer um grande jogo. Por vezes, a bola terminal surge para ele. Por vezes, surge com um grande volume de jogo com uma bola parada. Futebol é assim – afirmou o treinador após a vitória por 2 a 0 sobre a Sérvia, ainda na fase de grupos. https://www.youtube.com/watch?v=1OJoOxhe4ps&feature=player_embedded O fato é que, ao longo da história dos Mundiais, outros jogadores foram fundamentais e só deslancharam mesmo a partir das quartas de final, mesmo momento destinado para que Gabriel Jesus possa marcar o seu primeiro gol em Mundiais. Para os brasileiros, o caso mais evidente foi o de Tostão na Copa de 70. Camisa 9 de Zagallo, o agora ex-jogador tinha a obrigação prioritária de participar das ações táticas. O gol seria uma consequência. E só saiu exatamente nas quartas de final (que naquele Mundial foi o quarto jogo), contra o Peru, na vitória por 4 a 2. Tostão marcou duas vezes (no vídeo acima, o primeiro gol marcado por Tostão naquela partida). O mesmo aconteceu com o vascaíno Vavá, oito anos antes, na Copa do Chile, em 1962. Ele vestia a camisa 19, mas era o centroavante titular. Passou em branco em toda a primeira fase. Havia pressão para que fosse substituído por Coutinho, do Santos. Mas ele seguiu na equipe e desencantou contra a Inglaterra, com um gol aos oito minutos do segundo tempo, também nas quartas de final: vitória por 3 a 1 (à esquerda, a capa do Jornal dos Sports registrando o feito do Brasil, com detalhe para o gol de Vavá). Paolo Rossi viveu jejum na primeira fase antes de virar carrasco do Brasil na Copa de 82   Em outras seleções, enredos semelhantes foram desenvolvidos. O mais doloroso tinha como protagonista um jogador cujo nome até hoje faz tremer o torcedor brasileiro: Paolo Rossi. O centroavante italiano passou em branco na fase de grupos, em que a Azurra avançou apenas empatando. Na segunda fase (o equivalente às quartas-de-final), o camisa 20 desandou a fazer gols. Foram três contra o Brasil (na vitória por 3 a 2 que hoje completa 36 anos - no vídeo abaixo), os dois no triunfo sobre a Polônia por 2 a 0 na semifinal; e o seu sexto gol na final contra a Alemanha. Vitória por 3 a 1 e a artilharia do torneio. https://youtu.be/yBC02hKBTlQ Vinte e quatro anos depois, mais um italiano viveu situação semelhante. Luca Toni passou em branco até as oitavas de final. Nas quartas, balançou as redes duas vezes na vitória por 3 a 0 sobre a Ucrânia. Seus únicos dois gols no quarto mundial vencido pela Azurra.