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De Alagoas para o mundo, Zagallo e Dida no estrelato

28/06/2018 11h36
De Alagoas para o mundo, Zagallo e Dida no estrelato
Reprodução - Foto: Assessoria
Os alagoanos – ambos nascidos em Maceió - Mario Jorge Lobo Zagallo e Edvaldo Alves Santa Rosa, o Dida - conquistaram uma legião de fãs pelas suas performances em Copas do Mundo. Juntos, eles foram os primeiros campeões brasileiros e conquistaram a primeira estrela das cinco que o Brasil ostenta hoje em sua camisa, sendo que, no caso de Zagallo, é o único homem do planeta a conquistar – como técnico e jogador – quatro título mundiais. Zagallo e Dida também fizeram história nos clubes onde passaram. Zagallo, no Botafogo, onde formou uma linha de passes que tinha nada menos que Garrincha, Didi, Nilton Santos; e Dida, maior artilheiro do Flamengo antes de Arthur Antunes, o Zico. Zagallo: “O coração de leão” “Começa o jogo. Zagallo se atira na batalha. Ele quer ser o Zagallo campeão do mundo. Lá, sempre apanhava a bola; ele fazia lembrar o Tom Mix do cinema mudo: partia em todas as direções. Despontava atrás, na frente, na meia-cancha, e tudo ao mesmo tempo, numa presença múltipla e constante. Seu tórax magro esconde um coração, um coração tremendo. Walter Scott, se o reconhecesse, diria: “Zagallo, Coração de Leão”. Nelson Rodrigues, em O Berro Impresso nas Manchetes, editora Agir/ RJ - 2007  O alagoano de Maceió Mário Jorge Lobo Zagallo é, acima de tudo, um vencedor. O Velho Lobo é o único homem na face da Terra a ter quatro títulos em Copas do Mundo, duas como jogador (1958, na Suécia, e em 1962, no Chile), uma como técnico em 1970, no México, e mais uma como coordenador técnico, em 1994, nos Estados Unidos. Na Copa de 2006, ele voltou a ser coordenador técnico, mas após a eliminação do Brasil acabou se afastando do futebol. Com fama de pão-duro e supersticioso, Zagallo cerca-se de amuletos e manias, incluindo uma fixação pelo número 13 – vindo da adoração de sua esposa por Santo Antônio, nascido em 13 de junho. Como jogador, além de ter sido tricampeão pelo Flamengo (1953/54/55), foi bicampeão pelo Botafogo (1961/62). Como treinador conquistou o Campeonato Carioca de 1972 pelo Flamengo e o bicampeonato pelo Botafogo (1967/68). Atuando como ponta-esquerda conquistou títulos de Campeão Carioca e foi convocado para a seleção brasileira, que disputaria a Copa do Mundo de 1958, na Suécia. Era o armador pela esquerda, o desafogo da defesa, o idealizador do contra-ataque, o ajudante do lateral, a “formiguinha” do time campeão do mundo. Como jogador, em clubes, iniciou sua carreira nos aspirantes do América carioca, onde chegou a conquistar o Torneio Início em 1949. Transferiu-se e foi posteriormente tricampeão carioca pelo Flamengo; bicampeão carioca pelo Botafogo, clube onde também veio a conquistar a Taça Brasil, e outros títulos, além de campeão e bicampeão mundial pela seleção brasileira. No Botafogo fez parte da geração de ouro do alvinegro carioca, jogando ao lado de astros como Garrincha, Didi e Nilton Santos. Seus títulos cariocas e a conquista da Taça Brasil o levaram à seleção brasileira de futebol. Com ele o Brasil inovou taticamente e jogou em 1958 no esquema 4-3-3, pois Zagallo era um ponta-esquerda que recuava para ajudar no meio de campo. Nessa Copa e na seguinte (1962) deixou na reserva Pepe, grande astro do Santos e companheiro de Pelé. Artilheiro do Flamengo pré-Zico Jogava originalmente como ponta de lança e deu azar de ser a mesma posição que o Pelé. Na Copa de 1958, começou como titular, mas depois perdeu a vaga para o “rei”, mas foi campeão do mundo na Suécia. Artilheiro do Flamengo antes da era Zico (com 244 gols), o alagoano Dida nasceu em Maceió (1924) e morreu no Rio de Janeiro (2002). Foi campeão do mundo em 1958 pela Seleção e campeão carioca pelo Flamengo 1954, 1955 e 1963. Ponta de lança de muitas qualidades (velocidade, drible, impulsão, perfeita colocação na área e chute preciso com os dois pés), Dida foi descoberto por um olheiro do rubro-negro em viagem pelo Nordeste. Dida jogou como titular contra a Áustria no primeiro jogo do Brasil, mas foi barrado pelo técnico Vicente Feola no segundo jogo, para a entrada de Vavá, que não saiu mais. Pelé só entrou no terceiro jogo. Seu temperamento irascível, como explica em sua autobiografia escrita junto com seu irmão, o radialista Luiz Alves, o fez comprar sérias brigas com a imprensa e os próprios dirigentes. No capítulo “A força de um falso diamante”, o craque aponta toda sua ira contra o ex-jogador Leônidas da Silva, o Diamante Negro, então comentarista na Copa pela imprensa paulista. “Chamaram-me de grosso, de medroso, graças a um tal de Leônidas da Silva, um dos homens fortes da comissão técnica, embora seu nome não fizesse parte da mesma. Este senhor, conforme soube mais tarde, sem poder negar suas raízes, sem olvidar a inveja por ter sido eu quem superou seu prestígio no Flamengo, tornando-se então o maior ídolo de todos os tempos na história da Gávea (sic), valeu-se de um microfone para soltar sua peçonha contra mim que, inocente, dentro de campo, dava tudo de mim e corria horrores”. [caption id="attachment_112649" align="alignnone" width="204"] Alagoano Dida foi o reserva de luxo de Pelé na Suécia[/caption] [caption id="attachment_112651" align="alignnone" width="210"] Velho Lobo Zagallo é o único na Terra a ter quatro títulos em Copas do Mundo[/caption]