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Maradona faz apelo a Infantino por Guerrero: 'Espero vê-lo jogando na Rússia'

Em tom de desabafo, ídolo argentino, que é próximo ao presidente da Fifa, lembra sua punição após cair no doping: 'Ninguém me ofereceu uma saída e acho que isso tem que acabar'

Por Globoesporte.com 22/05/2018 11h13
Maradona faz apelo a Infantino por Guerrero: 'Espero vê-lo jogando na Rússia'
Reprodução - Foto: Assessoria
Há 24 anos, Diego Maradona perdeu aquela que seria sua última Copa do Mundo, em 1994 nos Estados Unidos, após ser pego antidoping por uso de efedrina. Agora, foi a vez de o ídolo argentino mandar uma mensagem de apoio a Paolo Guerrero, que, também punido por conta de uma substância proibida, não poderá defender a seleção peruana na Rússia. Muito ligado a Gianni Infantino, o Pibe desabafou e fez um apelo ao presidente da Fifa - que terá um encontro com o atacante nesta terça-feira. Antes da Copa dos Estados Unidos, o argentino passou 15 meses suspenso por uso de cocaína, entre 1991 e 1994. Já Guerrero pegou um gancho de 14 meses após um exame antidoping realizado no confronto entre Argentina e Peru, pelas eliminatórias da Copa, no ano passado, apontar presença da substância benzoilecgonina, principal metabólito da cocaína. O jogador e a defesa alegam que houve contaminação em um chá tomado no período da concentração. - Hoje eu quero estar ao lado de Paolo Guerrero, neste momento tão feio que eu também tive que passar. Eu tive uma doença e ninguém teve pena de mim, pelo contrário. Ninguém me ofereceu uma saída e acho que isso tem que acabar. Se a nova Fifa condena os jogadores que fazem as pessoas felizes por terem cometido um erro, não deveria tirá-los do trabalho, deveria ajudá-los a se curar. Porque isso é uma doença. É uma doença maligna! Eu deixei a droga há 14 anos - disse Maradona. A Copa nos Estados Unidos seria a volta por cima de Maradona. Após o golaço na estreia, o camisa 10 voltou a atuar no 2 a 1 sobre a Nigéria, também em Boston, quatro dias depois. Sorteado para o exame, o capitão do time treinado por Alfio Basile deixou o gramado ao lado de uma enfermeira, sua última imagem como atleta em uma Copa: o meia acabou tendo resultado positivo para efedrina (substância usada em remédios para emagrecer). - E, se servir a Guerrero, junte-se aos seus entes queridos, que podem ajudá-lo a lidar com esse momento. Os médicos da Fifa estão lá para receber seu salário, dizer se é positivo ou negativo e nada mais. Eles não assistem a um jogo de futebol nem mesmo na televisão. Eu acredito que a prevenção é sempre melhor do que impor 14 meses de punição. Digo isso porque eu vivi em minha própria carne. Eu não fiquei surpreso, porque naquela época havia Blatter e Grondona, dois ladrões. ENCONTRO COM INFANTINO O atacante Paolo Guerrero se reuniu na manhã desta terça-feira com o presidente da Fifa, Gianni Infantino, na sede da entidade, em Zurique, na Suíça. O encontro também teve a presença do presidente da Federação Peruana de Futebol (FPF), Edwin Oviedo. A reunião acontece exatamente 48 horas depois do envio à Fifa da carta da Federação Internacional dos jogadores de futebol (FIFPro), na qual a entidade que representa os atletas pede a liberação de Guerrero para jogar a Copa do Mundo. No texto, a FIFPro pede uma resposta em até dois dias. Nesta segunda-feira, os capitães dos três adversários do Peru na primeira fase da Copa do Mundo, Lloris (França), Jedinak (Austrália) e Kjaer (Dinamarca) assinaram a carta enviada pela FIFPro e endossaram o pedido para que o atacante do Flamengo seja liberado. O jogador não está entre os 24 pré-convocados por Ricardo Gareca para a Copa do Mundo.