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Miss Universo 2025 enfrenta denúncias de fraude e donos viram alvos da Justiça
Concurso é abalado por renúncias de misses, acusações de jurado e investigações criminais contra os proprietários do evento
A edição de 2025 do Miss Universo entrou para a história não pelo glamour, mas por uma sequência inédita de escândalos que envolvem denúncias de fraude, ligações com o crime organizado e uma rebelião entre as participantes. A vitória da mexicana Fatima Bosch, de 25 anos, está no centro de uma tempestade que vai muito além das passarelas, conectando os donos do concurso a investigações criminais graves.
As suspeitas de que o resultado foi arranjado ganharam força após a renúncia de um dos jurados, o músico e empresário franco-libanês Omar Harfouche. Ele declarou publicamente que Fatima é “uma falsa ganhadora” e acusou o coproprietário do evento, o milionário mexicano Raúl Rocha Cantú, de pressioná-lo a votar nela alegando que seria “bom para o negócio”. Harfouche também apontou as relações comerciais entre Rocha e o pai da vencedora, Bernardo Bosch Hernández, funcionário da Pemex.
A situação dos organizadores é crítica. Raúl Rocha é investigado pela Promotoria Geral da República do México por supostos vínculos com uma rede de crime organizado envolvida em narcotráfico, tráfico de armas e contrabando de combustível da Guatemala. Uma procuradora chegou a pedir sua prisão em agosto, e ele propôs uma delação premiada no mês passado.
Sua sócia, a empreendedora trans tailandesa Jakkaphong Jakratujapit (conhecida como Anne), também enfrenta problemas legais. Na última quarta-feira, foi emitido um mandado de prisão contra ela por uma venda fraudulenta de ações do grupo que controla o concurso, e ela se encontra foragida. Anne comprou a marca Miss Universo em 2023 e depois revendeu 50% para Rocha. A promotoria do México suspeita de lavagem de dinheiro do narcotráfico por meio do concurso.
Rebelião das misses e incidentes
O clima nos bastidores é de revolta. Candidatas de países como Estônia, Portugal, França, Noruega, Costa do Marfim, Curaçao e Guadalupe abandonaram o concurso em protesto. A representante de Guadalupe chegou a questionar publicamente: “Vocês roubaram dinheiro das meninas afrocaribenhas? Deixaram que competissem sabendo que nunca ganhariam?”.
Olivia Yacé, da Costa do Marfim e favoritíssima ao título, renunciou ao seu lugar no Top 5 do concurso após a consagração de Fatima, declarando nas redes sociais que seus guias são “respeito, dignidade, excelência e igualdade de oportunidades”. Além das polêmicas, o evento registrou uma tragédia: a Miss Jamaica, Gabrielle Henry, sofreu uma queda grave na passarela e ficou hospitalizada por uma semana.
Fatima Bosch se defende
Dez dias após ser coroada, Fatima Bosch quebrou o silêncio em entrevista ao programa “Al Rojo Vivo”, da Telemundo, na segunda-feira (1/12). Questionada se pensou em renunciar diante da repercussão negativa, ela foi enfática.
“É claro que não [vou renunciar], pois eu mereço essa coroa e mereço essa faixa”, afirmou. “A verdade é só uma: eu fiz os mesmos esforços que todas as minhas companheiras… Fizemos exatamente as mesmas provas e quem ganhou fui eu. Então por que eu renunciaria a algo pelo qual trabalhei?”.
No Brasil, o concurso voltou a ser transmitido após cinco anos, pelo portal R7 e RecordPlus. Durante a exibição, a apresentadora Michelle Barros e as ex-misses Natália Guimarães e Julia Gama não esconderam a surpresa com o resultado que consagrou a mexicana.
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