Entretenimento

Leonardo Vieira revela em entrevista: ‘Cheguei a receber ameaça de morte’

Por Veja 16/01/2017 14h50
Leonardo Vieira revela em entrevista: ‘Cheguei a receber ameaça de morte’
Reprodução - Foto: Assessoria

Leonardo Vieira diz estar mais leve depois que escreveu um manifesto falando abertamente sobre sua sexualidade. Flagrado beijando outro homem no fim de dezembro, o ator passou a receber ataques homofóbicos nas redes sociais. Leonardo, então, decidiu denunciar os agressores e escrever uma carta aberta em que fala sobre sua história e sobre homofobia. Em entrevista à revista Contigo!, o ator afirmou que se sente aliviado, mas que chegou a receber ameaças de morte após a revelação de sua orientação sexual.

“Homofobia é crime, pois gera violência e mortes e precisa, definitivamente, mudar”, disse. “O caso do ambulante que foi morto ao tentar defender um travesti é só mais um infeliz exemplo. Essa atitude dos assassinos é medieval. Cheguei a receber ameaça de morte pelo e-mail da produtora da peça que estou fazendo em São Paulo. Vão me dizer que isso não é crime? Parem, por favor!”

Na entrevista, Leonardo, que está em cartaz em São Paulo com a comédia Nove em Ponto, falou um pouco sobre a revelação, a relação com a sua família e a homofobia no Brasil. Ele disse que contou para os pais que era gay ainda na adolescência. “Eu contei para eles que era gay meio forçado. Meu irmão mais velho (Gustavo, 50) me viu beijando um menino, aos 15 anos, e foi falar para os dois e tudo se transformou em um drama familiar gigantesco. Fiquei anos sem falar com o Gustavo. Meus pais têm formação católica e o meu pai é militar, então, imagina a minha situação em casa. Hoje, eles são a força que eu tenho, a base de tudo, porém, demorou muito até eles aceitarem a minha sexualidade.”

O ator, que afirmou em seu manifesto que nunca esteve “no armário” apesar de nunca ter falado sobre sua sexualidade antes, voltou a tocar no assunto durante a entrevista. “Nunca estive mesmo. Eu negava a minha sexualidade quando era criança, porém, quando entendi que era gay, não me escondi mais. Minha mãe até tentou me colocar na terapia para me ‘curar’, mas eu tive a atitude de enfrentar e dizer que não era uma doença, e sim algo natural. Escolhi não me expor por causa do meu trabalho, mas continuava com a minha vida normal. Namorei muito, saí e me diverti bastante.”