Economia
Volume de famílias que não têm como pagar as dívidas sobe 2,8% na capital
Pressão inflacionária e aumento dos juros contribuíram para endividamento subir
A pressão inflacionária e o aumento dos juros impactaram o consumo, em Maceió, e refletiram no endividamento, fazendo o indicador subir na margem de 0,3%, em dezembro, enquanto a inadimplência reduziu -3,3%; consequência do uso do 13º no pagamento de dívidas atrasadas. Os dados são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), feita pelo Instituto Fecomércio AL em parceria com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Se o endividamento aumentou na margem, o mesmo não aconteceu com o superendividamento, o qual subiu 2,8% entre novembro e dezembro. Vale lembrar que o superendividamento representa as famílias que não têm como pagar as dívidas. Em dezembro de 2023 este percentual era 9,7% dos endividados e, no mês passado, 11%.
No geral, o atual nível de endividamento pode sinalizar um orçamento mais flexível para as famílias ampliarem o consumo; fato positivo, principalmente quando se observa a inflação ao longo de 2024, particularmente nos itens de supermercado e de farmácia. “Entretanto, essa possibilidade de consumo maior provavelmente ficará restrita ao básico, uma vez que os juros continuam altos e acabam influenciando no consumo em bens duráveis – os que demandam mais crédito”, avalia o assessor econômico do Instituto, Francisco Rosário.
Volume de ‘muito endividado’ recuou -75% nas famílias de renda maior
De acordo com a pesquisa, o número de famílias sem dívidas vem diminuindo desde setembro e, em dezembro, teve redução de -0,9%. Redução também no número de famílias “mais ou menos” endividadas, com -0,8% na variação mensal. Paralelamente, o número de famílias “muito endividadas” aumentou 2,5% e o de famílias “pouco endividadas” subiu 0,2%. “Essas variações no nível de endividamento mostram que, apesar da redução no crescimento do número de famílias endividadas, existe relativo descontrole financeiro nessas famílias”, diz o economista.
Na análise por faixa de renda é possível perceber quais famílias estão se endividando mais. Na faixa de maior renda, ou seja, entre as famílias com orçamento superior a 10 salários mínimos (sm), o volume das que se declararam ‘muito endividadas’ reduziu -75% na variação mensal, ao passo que as famílias com renda menor (até 10 sm) essa classificação subiu 4%.
Ainda na avaliação por renda, nas famílias que ganham mais houve redução de quase 10% entre as que disseram estar ‘sem dívidas’ ou ‘com poucas dívidas’. Nas de menor renda, a redução foi entre as que se estão ‘mais ou menos endividados’, com -3,2%.
“É importante considerar que o percentual com endividamento das famílias com renda mais alta sempre foi menor que os das demais famílias. Contudo, nos últimos meses, o ritmo do endividamento dessas famílias aumentou de forma significativa, o que explica maior consumo anual em imóveis, automóveis e viagens”, observa Rosário.
Inadimplência também teve maior recuo entre as famílias que ganham mais
Apesar da redução da inadimplência, 33% das famílias com renda de até 10 sm disseram não ter condições de pagar suas dívidas, em dezembro; percentual 6% maior que o do mês anterior. Nessas famílias, aumentou em 9% o volume das que possuem dívidas com mais de 90 dias de atraso. Na faixa das famílias com renda superior a 10 sm, estes mesmos indicadores de endividamento e consumo foi zero.
No subindicador de parcela da renda comprometida com dívidas, as famílias com menor renda que comprometem mais de 50% do orçamento ficou em 3,8%; aumento de 8% frente a novembro. Nas de maior renda, o impacto desse comprometimento foi maior: subiu 9,3%, representando um aumento de 57,4% na comparação mensal.
Ainda no recorte, a redução da inadimplência foi de -3,1% nas famílias de menor renda e de -22,7% na de maior renda. No geral, o cartão de crédito é o meio mais utilizado (98,6%), seguido pelos carnês (26,7%), financiamento de casa (4,6%), financiamento de carro (4%) e crédito pessoal (3,5%), entre outros.
“Para o varejo de Maceió fazer frente aos desafios do endividamento das famílias, da inflação alta e do crédito mais caro, é fundamental oferecer promoções e descontos nos itens essenciais e mais consumidos por famílias de renda mais baixa. Também se faz necessário facilitar o parcelamento sem juros e negociar melhores condições com fornecedores”, aconselha o economista, acrescentando que igualmente é importante buscar a eficiência na gestão financeira e cuidar das estratégias de marketing.
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