Economia
Valor da gasolina comum passa dos R$ 7 na capital
Novo reajuste faz combustível pesar ainda mais no bolso do consumidor alagoano
Em vários postos de combustíveis de Maceió, o preço da gasolina comum já ultrapassa os R$ 7 e sobrecarrega ainda mais o orçamento do consumidor. Além dos sucessivos reajustes da Petrobras, esta semana os donos de postos tiveram mais um reajuste de R$ 0,16 por litro de gasolina por parte de distribuidoras. O reajuste já foi repassado ao consumidor final.
Ao percorrer alguns postos de combustíveis da capital, a reportagem encontrou o produto com valor de até R$ 7,99. Vale destacar que os valores apresentados por alguns estabelecimentos estão condicionados à forma de pagamento e a programas de fidelização.
Com os constantes aumentos nos preços dos combustíveis, a população tem se reinventado para driblar a situação. Israel Moreira, que abastecia o carro em um posto da cidade, disse que não enche mais o tanque. “Coloco somente o necessário para o consumo do dia, no máximo da semana. Só completo o tanque quando tenho uma viagem programada”.
Israel reclamou, ainda, do alto custo na variação do preço à vista e no cartão de crédito. “Vi um preço na placa do posto, que considerei viável, mas era o valor à vista e não percebi. Coloquei no cartão de crédito e o valor foi bem maior”, ressaltou.
Luiz Moreira também abastecia o carro e disse que está difícil administrar as contas. “Vou andar de carroça. O salário não acompanha os constantes reajustes de combustíveis que se juntam aos de outros produtos”, afirmou.
Conforme o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de Alagoas (Sindicombustíveis), o mercado é livre em todas as etapas da cadeia: produção, distribuição e revenda. Cabendo a cada um desses agentes, determinar os reajustes com base em seus custos.
“População já não tem como driblar o aumento dos combustíveis”
Para a economista Luciana Caetano, a população já não tem como driblar os aumentos de combustíveis. “Muitas pessoas já vêm recorrendo ao uso de aplicativos para carona, substituição de carros por motos e até bicicletas. A redução do uso do carro, principalmente fim de semana, também tem sido uma forma de tentar reduzir os custos com combustível”, afirmou.
Luciana disse ainda, que a disponibilização de alguns aplicativos dos próprios postos de combustíveis ou de parceiros, também têm se tornado uma forma de contribuir para amenizar o preço dos combustíveis. Segundo ela, para quem opta pelo uso desses aplicativos, a diferença pode ser de 10% a 20% menor.
Para Luciana Caetano, o fim da paridade do preço de importação do combustível e a necessidade que a Agência Nacional do Petróleo (ANP) cumpra seu papel regulador têm total relevância para a redução dos preços dos combustíveis.
“O que tem acontecido é um abuso do oligopólio privado das empresas que fazem parte da cadeia produtiva do petróleo. A Petrobras não é mais um monopólio estatal, desde 1997, e cada vez mais vem privatizando e aumentando o poder de força do setor privado. A sociedade precisa se organizar para fazer essas cobranças. Caso contrário, o que veremos serão mais reajustes abusivos”, reforçou.
A economista ainda ressaltou que a sociedade precisa colocar na pauta dos governos, um projeto de transporte sustentável. “As cidades não suportam mais a elevação no número de carros. É preciso um sistema de transporte coletivo, com preços regulados e que possibilite a substituição do transporte individualizado”, afirmou.
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