Economia

Ambev vende mais cerveja no Brasil, mas tem queda de lucro no 1º trimestre

Patrocínio do Carnaval de rua pelas marcas Skol e Antarctica, avanços no mercado de cerveja premium e venda de mini garrafas retornáveis puxaram alta nas vendas

Por Reuters / G1 04/05/2017 20h59
Ambev vende mais cerveja no Brasil, mas tem queda de lucro no 1º trimestre
Reprodução - Foto: Assessoria
As vendas de cerveja voltaram a crescer no Brasil no primeiro trimestre deste ano, mas não garantiram resultado positivo à Ambev, maior cervejaria nacional, dona das marcas Skol e Brahma. A Ambev vendeu 3,4% mais cerveja, em volume, e 1,1% mais em receita.

"Os volumes totais aumentaram 3,4% no trimestre, apesar da contínua retração do ambiente macroeconômico. Estimamos que os volumes da indústria de cerveja declinaram um dígito baixo. O premium continuou a crescer, com aumento de volume em dois dígitos", informou a Ambev.

A Ambev teve lucro líquido ajustado de R$ 2,316 bilhões entre janeiro e março deste ano, 20,1% menor do que o registrado no mesmo período de 2016 e abaixo das expectativas do mercado no primeiro trimestre. O crescimento de custos ofuscou volumes maiores de vendas.

O custo dos produtos vendidos por hectolitro no Brasil subiu 29,1% na comparação anual, para R$ 96,90, enquanto a receita líquida aumentou 0,6% na mesma base, para R$ 228,90 por hectolitro, de acordo com o material de divulgação do balanço.

Patrocínio do Carnaval

A Ambev destacou as ações de patrocínio ao Carnaval de rua nas principais cidades brasileiras como um dos motivos para o aumento das vendas de cerveja.

"Skol e Antarctica elevaram a experiência de verão ao assumir uma posição de liderança durante o Carnaval, patrocinando o Carnaval de rua em mais de 40 cidades e alcançando mais de 35 milhões de pessoas através de uma completa ativação 360º", disse a empresa, em comunicado.

As vendas de cerveja premium do portfólio global da Ambev também cresceram em ritmo acelerado, segundo a companhia. O destaque foi o avanço da marca Budwieser, que teve um aumento de vendas de cerca de 30% no período.

A companhia também citou o avanço das vendas de mini garrafas retornáveis, que teve crescimento de dois dígitos no primeiro trimestre, como uma das apostas da companhia que levou ao aumento das vendas.

Receita líquida

Já a receita líquida caiu 2,8% frente ao 1º trimestre do ano passado, para R$ 11,24 bilhões. Em termos de volume total, a Ambev apresentou crescimento de 2,6% ante o primeiro trimestre do ano passado, para 27,5 bilhões de hectolitros (unidade de volume equivalente a 100 litros). Esse mercado também considera outras bebidas, como refrigerantes e sucos, além de cerveja.

Para 2017, a Ambev espera uma continuidade no aumento de custos por hectolitro. A estimativa é que os custos ainda subam mais de 10% no primeiro semestre e se mantenha estável ou suba menos no segundo semestre.

O presidente-executivo da AB Inbev, Carlos Brito, disse a analistas nesta quinta-feira que a empresa vem sofrendo com o aumento de impostos, principalmente o ICMS, mas deve seguir a visão de longo prazo de repassar preços em linha com inflação, embutindo também o aumento de tributos.

A expectativa é de crescimento estável da receita no Brasil em 2017, afirmou Brito.

A geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado foi de R$ 4,356 bilhões de janeiro a março, uma cifra 17,3% menor ante igual período de 2016 e inferior aos R$ 4,932 bilhões apontados por analistas ouvidos pela Thomson Reuters.

Desconsiderando depreciação e amortização, as despesas gerais e administrativas da empresa no país cresceram 1,5%, para R$ 1,82 bilhão.

Mercado internacional

Em relação às operações internacionais, a empresa vê tendência positiva de volumes de cerveja na América Latina, mas segue cautelosa com o ambiente macroeconômico na Argentina.

Para América Central e Caribe, a Ambev diz que buscará elevar receita e expandir a margem Ebitda. Já no Canadá, o foco será equilibra volumes e preço, a fim de aumentar a rentabilidade.

Em 2016, a receita líquida da Ambev caiu 2,4%, para R$ 45,6 bilhões, no primeiro recuo de faturamento desde a criação da companhia em 1999.