Economia

Dívida pública sobe 3,17% em março, para R$ 3,23 trilhões

Segundo o Tesouro Nacional, aumento é resultado de emissão de títulos públicos acima dos vencimentos e das despesas com juros

Por G1 24/04/2017 20h29
Dívida pública sobe 3,17% em março, para R$ 3,23 trilhões
Reprodução - Foto: Assessoria
A dívida pública federal, que inclui os endividamentos do governo dentro do Brasil e no exterior, avançou 3,17% em março, para R$ 3,23 trilhões, informou a Secretaria do Tesouro Nacional nesta segunda-feira (24). Em fevereiro, a dívida estava em R$ 3,13 trilhões.

O aumento se deve à emissão de títulos acima do volume de resgates (quando o governo paga a investidores por papéis da dívida que venceram). Em março, as emissões somaram R$ 80,37 bilhões e, os resgates, totalizaram R$ 13,78 bilhões.

Já as despesas com juros da dívida pública, outro fator que impulsiona para cima a dívida pública, somaram R$ 32,95 bilhões.

A dívida pública é a emitida pelo Tesouro Nacional para financiar o déficit orçamentário do governo federal. Quando os pagamentos e recebimentos são realizados em real, a dívida é chamada de interna. Quando tais operações ocorrem em moeda estrangeira (dólar, normalmente), é classificada como externa.

Em 2016, a dívida pública registrou crescimento de 11,42%, para R$ 3,11 trilhões.

Programação para 2017

Para este ano, a expectativa do Tesouro Nacional é de novo aumento na dívida pública. A programação da instituição prevê que ela pode chegar aos R$ 3,65 tilhões no fim de 2017.

Se isso se confirmar, a alta da dívida, neste ano, será de R$ 538 bilhões, aumento 17,28% em relação ao fechamento de 2016.

O patamar de R$ 3,65 trilhões é o máximo previsto para a dívida interna e externa. Portanto, o crescimento pode ser menor. Estimativas do Tesouro apontam que a alta pode ficar em R$ 338 bilhões e, neste caso, a dívida chegaria ao final de 2017 em R$ 3,45, elevação de 10,86%.

Dívidas interna e externa

No caso da dívida interna, segundo informou o Tesouro Nacional, foi registrada uma elevação de 3,08% em março, para R$ 3,11 trilhões. Neste caso, a alta foi de R$ 93 bilhões.

A dívida externa brasileira, resultado da emissão de bônus soberanos (títulos da dívida) no mercado internacional e de contratos firmados no passado, contabilizou uma alta de 5,59% no mês passado, para R$ 120,3 bilhões. O aumento da dívida externa foi de R$ 6,37 bilhões por conta, principalmente, da alta do dólar no período.

Compradores

Os números do Tesouro Nacional também revelam que a participação dos investidores estrangeiros na dívida pública interna continuou a cair em março. Em fevereiro, os não residentes detinham 13,66% do total da dívida interna (R$ 412 bilhões). No fechamento de março, detinham 13,26%, mas o valor se manteve em R$ 412 bilhões.

Mesmo assim, os estrangeiros seguem na quarta colocação de principais detentores da dívida pública interna, atrás dos fundos de previdência, com R$ 808 bilhões em março, ou 25,98% do total; dos fundos de investimento (23,16% do total, ou R$ 721 bilhões) e das instituições financeiras (22,7% do total, ou R$ 706 bilhões).

Perfil da dívida

Em março deste ano, o percentual de papéis prefixados somou 35,87% do total, ou R$ 1,11 trilhão, contra 35,09% em fevereiro (R$ 1,06 trilhão). Os números foram calculados após a contabilização dos contratos de "swap cambial".

Os títulos atrelados à taxa Selic, chamados de pós-fixados, por sua vez, tiveram sua participação elevada no mês passado. Em fevereiro, representaram 28% do total (R$ 847 bilhões), avançando para 28,2% em março (ou R$ 878 bilhões).

A parcela da dívida atrelada aos índices de preços (inflação), por sua vez, somou 33,2% em março deste ano, o equivalente a R$ 1,03 trilhão, contra 33,61% em fevereiro (R$ 1,01 trilhão).

Os ativos indexados à variação da taxa de câmbio, por sua vez, somaram 2,72% do total em março, ou R$ 84,77 bilhões, contra 3,23% em fevereiro deste ano, ou R$ 97,55 bilhões.

A queda da dívida em dólar se deve ao resgate, por parte do Banco Central, de contratos de "swap cambial" - na esteira do processo de queda da cotação do dólar no Brasil.