Economia

Dólar fecha em queda de quase 1% com alívio diante de eleição na França

Na quinta-feira (20), a moeda norte-americana fechou em alta de 0,32%, vendida R$ 3,1472; no acumulado do ano, desvalorização é de 3,78%

Por G1 24/04/2017 20h48
Dólar fecha em queda de quase 1% com alívio diante de eleição na França
Reprodução - Foto: Assessoria
O dólar fechou em queda nesta segunda-feira (24), com alívio dos investidores após o resultado do primeiro turno das eleições francesas e com as pesquisas indicando que o eleitorado deve eleger um governo de centro, e não de extrema-direita, o que colocaria em risco a permanência da França na União Europeia, segundo a Reuters.

A moeda norte-americana caiu 0,97%, negociada a R$3,1267 na venda.

No mês, o dólar tem alta de 0,43%. Já no ano, a moeda acumula desvalorização de 3,78%.

O mercado, entretanto, seguia atento à cena política doméstica, sobretudo ao andamento da reforma da Previdência no Congresso, ainda de acordo com a Reuters.

Na véspera, o candidato de centro Emmanuel Macron deu um grande passo rumo à Presidência da França ao ganhar o primeiro turno das eleições, avançando para o segundo turno da votação em 7 de maio, contra a líder de extrema-direita Marine Le Pen.

Levantamento Opinionway nesta manhã colocou o concorrente de centro com vantagem de 61% contra 39% da adversária, de postura nacionalista.

"O receio com Le Pen era grande, especialmente em tempos de Brexit e Donald Trump (presidente dos Estados Unidos) se colocando como delicadas surpresas protecionistas nos dois lados do Atlântico", informou a corretora H.Commcor em relatório a clientes, referindo-se à saída da Grã-Bretanha da União Europeia.

No exterior, o euro saltava mais de 1% ante o dólar após o resultado das eleições francesas e aliviando os temores de outro choque político sistêmico no segundo turno.

O dólar cedia ante uma cesta de moedas e divisas de países emergentes, como os pesos chileno e mexicano.

Cenário local

Internamente, os investidores seguiam atentos ao noticiário político, diante das negociações para garantir a aprovação da reforma da Previdência, na próxima semana.

Na véspera, o presidente Michel Temer afirmou a líderes da base aliada e ministros que o projeto apresentado na comissão especial da Câmara dos Deputados na semana passada é a versão final, sinalizando que não há mais espaço para concessões e cobrando apoio para sua aprovação.

"Amanhã, o governo já vai ter um teste do que pode esperar da reforma da Previdência, com a votação da (reforma) trabalhista. Um adiamento ou derrota pode estressar os investidores", comentou à Reuters o profissional da mesa de uma corretora local.

O projeto de reforma trabalhista pode ser votado em comissão especial nesta terça-feira (25), depois de ter sua urgência aprovada na semana passada.

O Banco Central vendeu, pelo quinto pregão seguido, mais um lote de 16 mil contratos de swap cambial tradicional --equivalente à venda futura de dólares-- para rolagem dos contratos que vencem em maio. Dessa forma, já rolou US$ 4 bilhões do total de US$ 6,389 bilhões.

Último pregão

Na quinta-feira (20), último pregão, a moeda norte-americana subiu 0,32%, negociada a R$3,1574 na venda, em seu maior valor em mais de um mês.

Na semana passada, o dólar subiu 1,58%; no mês, a alta é de 1,42%. No acumulado do ano, a moeda tem desvalorização de 2,84%.