Economia
Dólar sobe nesta segunda-feira e abre a semana cotado a R$ 3,12
Salto de 0,68% da moeda dos EUA foi puxado por aversão ao risco após derrota de Trump
O dólar terminou a segunda-feira (27) com alta firme ante o real, com a derrota do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, relativa à tramitação no Congresso do projeto de lei para revisar o sistema de saúde, o que provocou aversão ao risco e pressionou as moedas de países emergentes.
O dólar avançou 0,68%, a R$ 3,1294 na venda, depois de bater na máxima do dia R$ 3,1410. O dólar futuro tinha alta de 0,69%.
"A derrota de Trump traz imprevisibilidade ao mercado", disse o operador da Advanced Corretora, Alessandro Faganello, destacando que as divisas mais ligadas às commodities são as que mais sofrem.
Após o cancelamento na sexta-feira da votação sobre reforma no sistema de saúde dos Estados Unidos, aumentaram as preocupações dos investidores de que Trump terá dificuldade para cumprir outras promessas de campanha, em particular sobre gastos e cortes de impostos.
Líderes republicanos da Câmara dos Deputados desistiram de votar a matéria por falta de votos para aprová-la, apesar da forte pressão da Casa Branca e de aliados no Congresso, fazendo com que fracassasse a primeira grande iniciativa legislativa de Trump desde que assumiu a Presidência em janeiro.
Nesta sessão, o dólar caía contra uma cesta de moedas, mas avançava ante a maioria das divisas de países emergentes, como os pesos chileno e mexicano, o rand sul-africano e a lira turca.
"A agenda carregada nesta semana também traz um pouco de cautela aos investidores", acrescentou Faganello ao citar, por exemplo, o anúncio do contingenciamento do orçamento da União deste ano e de possível aumento de impostos na terça-feira.
Fonte da equipe econômica ouvida pela Reuters disse que o contingenciamento deve ficar em torno de R$ 30 bilhões. Outros R$ 14 bilhões viriam de aumento de impostos e igual valor, de receitas extraordinárias.
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou que entre as opções está o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras, porém descartou IOF de câmbio, uma das preocupações dos investidores nos últimos dias.
"Essa informação, juntamente com a de que alguns países retomaram as importações de carne do Brasil, poderia trazer alívio ao dólar, mas houve pressão compradora", acrescentou um operador de câmbio de uma corretora nacional.
Nos últimos dias, China, Egito e Chile anunciaram a reabertura de seus mercados à importação de carne brasileira, o que pode aliviar os impactos sobre a balança comercial do País.
Nesta segunda-feira, o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços divulgou que a média diária das exportações de carnes recuou 19% na quarta semana de março ante a média diária até a semana anterior.
O Banco Central brasileiro vendeu integralmente nesta sessão o lote de até 10 mil swaps tradicionais — equivalente à venda futura de dólares — ofertados para rolagem dos contratos de abril. Já foram oito leilões iguais, que reduziram a US$ 5,711 bilhões o estoque que vence no mês que vem.
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